quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Dei a vida
Não quis a morte

Dei o chão
Não quis os calos

Dei a rosa
Não quis espinhos

Tanto ruim achou
De tudo que ganhou
Dei-lhe amor
Morreu sozinho!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Era tanto cuidado
E tando seguro
Que não deu outra:
Morreu

Se esqueceu
Que a vida não sobrevive 
Sem descuidos

domingo, 18 de agosto de 2013

De tanto ser depois
E não agora

A vida passou por ele
Deu tchau

E foi embora
Há do ser humano
Ser suicida
Pra poder viver

Tanto nele há de matar
Pra tanto nele nascer

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Não meça tanto a dose
Engolir a vida em conta gotas
Não engasga ninguém
De felicidade

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A linha reta me aperta
Não sei andar nos traços certos
Que fizeram pra eu caminhar

Meus pés buscam as curvas
As rugas das esquinas
Precisam do torto
Pra ficar em pé

Meu sonho é sinuoso
Relevo montanhoso
Exatamente torto
Que tracejei

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sobre teu colo repouso
E teu corpo vira meu leito
O bater do teu peito
É quem conduz meu sono

E no remar dos meus braços
Me afogo em seus lábios
Acordo em ti

E sonho