terça-feira, 30 de junho de 2009

Teus lábios me deram a noticia
De mais um triste beijo
Desfalecido,perdido,sem gosto
Sem quero mais,sem desejo
Teus labios levaram-me pro teus olhos
Pra revelar o teu beijo
Olhando no fundo deles
Tanta angustia percebo
Pro lado olhas de novo
Teu rosto passeia no meu
Não olhas direto pra min
Não fala o que aconteceu
Não peço mais outra vez
O beijo que tu me deu
Meia noite pra min é pouco...
Eu quero ela inteira

Uriálisson Matos Queiroz

Composição

E me desaguo em tuas aguas
E me revolto em tuas voltas
E me afogo no seu mar
Vou me formando em tuas formas
Nos misturando em nossas aguas
Compostas nesse desaguar


segunda-feira, 29 de junho de 2009

Não quero mais contar estrelas
Sumiu do ceu a constelação
Que todo dia me iluminava
Que me indicava a direção

E eu perdido olho pro nada
Como se fosse surgir dali
O meu conjunto de estrelas belas
Brilharam tanto,não esqueci


E cai a noite,não ligo muito
A lua é bela,mas não seduz
Mesmo tão clara,não me engana
Não é tão propria a sua luz

Reflete ela a luz do sol
Outra estrela,rainha do dia
Sem minhas estrelas,não me conformo
Pois foi-se embora minha alegria

E eu pergunto la pro meu Deus
Cade os astros que pendurou?
Que tanto olhava e admirava
Que me mostravam o meu amor


E se o espaço as engoliu?
Perdidas andam na imensidão?
Cade o brilho dos meus enfeites?
Desenho lindo,constelação


Responde a lua enciumada
"São tão pequenos esses pontinhos
Que tu vê nelas,que tanto olhas?
Enxerga em min o teu caminho"


Mas o bom vento me respondeu
Que algo assim aconteceu
Não por acaso,não de repente
Algo de errado se assucedeu


Minhas estrelas se explodiram
E o brilho intenso se acabou
Buraco negro viraram elas
Levando embora o meu amor




Uriálisson Matos Queiroz

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sossego

Acordei.Tocava o som na maior altura .Levantei com a cabeça toda azuada,estourando.Não de dor de cabeça,mas meus sentidos pareciam aumentar e distorcer tudo.Queria silencio,ou ao menos um som que me deixasse ouvir minha cabeça.Aquela droga poluía tudo...fui fazer algo pra comer,algo que tinha sobrado do almoço,era esquentar.Ate a comida parecia cheia daquele som,o volume distorcia o sabor dos grãos de arroz.Não falava nada, respondia mecanicamente o que me perguntavam.Alguém fala uma brincadeirinha,dou um sorriso de leve e continuo comendo.
Queria paz,mas não uma paz de campos verdes imensos e céu azul limpo.Queria pegar a moto e acelerar ate o fim,meter numa pista sem nenhum quebra-mola,ou então passar de vez por todos,com a moto quase voando ao sair do chão.E sem capacete,sentir o vento bater na cara é bom demais,ouvir o ronco do motor e ver tudo passando como fosse lhe bater na cara.É perigoso.Andar sem capacete não é legal,mas hoje daria uma carona pro perigo,e quem teria medo não seria eu.
Tocou uma musica que prestasse.Queria agora tocar ela,com meus dedos soltando cada nota,como se escrevesse sem parar.Pegar um baixo e galopar meus dedos nas cordas grossas,ouvindo o som grave saindo sem parar,nota por nota sucessivamente,e sair com as pontas dos dedos esfoladas.Aquilo doí de tocar,meus dedos ainda tem de engrossar mais pra eu me acostumar.
Penso em sair de casa,ou então ficar fazendo qualquer coisa com meus amigos,que não ouvir aquela merda tocando.Mas não qualquer um,contava nos dedos quem merecia me acompanhar nas minhas horas de transtorno.Queria dar um abraço em cada um.Gosto de abraços,acho mais puro e intenso que as vezes dar aqueles dois beijinhos no rosto ou um aperto de mão mal apertado.Acho que por os dois peitos se encontrarem os corações parecem dialogar,trocar calor,ouvir o batimento um do outro.Trocam energia
Minha mente se arrumava melhor agora.Também,depois de uma noite sem dormir nada, ficamos com o fluxo das coisas meio alterado,e o sono de pouco minutos que tive não ajudou muito a me arrumar.A bagunça de minha mente ao acordar era a bagunça da noite anterior ainda,que não tinha sumido,ficou la guardada em algum canto do cérebro e saíra agora pra me avisar que precisava dar um tempo pro meu corpo.Gosto de me colocar em situações de exaustão,fazer meu corpo ser alem do que ele pode,mas com ele mesmo,e minha mente la mantendo o pique.Físico e mental se comunicam,saúde de um também é saúde de outro,infelizmente nos esquecemos disso e preferimos jogar fora os dois.Mas tenho que lembrar que não sou o homem de aço,e me desgasto como qualquer outro,tenho meus limites. os quero cada vez mais alem
Paro um pouco,decido descansar.O corpo teve sua vez hoje,deixo pra viver agora nos sonhos.
A musica não incomoda mais,no fundo era eu que não digeria o ambiente.Tudo agora poderia ir pra qualquer canto,pois estava no melhor lugar.Dentro de min,e dentro do mundo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Anoitecer

Ja é meia noite...mas quando a noite sera inteira?A minha voz cansada me manda repousar,meus olhos pesados insistem em se abaixar,como se meu corpo sucumbisse ao cair da noite.Mas ela não cai,se levanta.Desperta depois que o sol da seu adeus ate o outro dia.A noite é densa,sua escuridão não é vazia,nossos olhos é que não se acostumam, vêem o medo onde encontramos o desconhecido, e com o tempo vamos nos achando nela, sem mesmo ter nos perdido.Tudo esta la,nada sumiu,mas agora com apenumbra vejo coisas mais alem do que quando estava iluminado.Será no escuro nossa salvação?
Tudo esta la,nada se mudou ...mas precisamos da lua pra nos guiar,precisamos contar as estrelas pra passar nosso tempo,as contando infinitamente para não pararmos no nada.E ligando uma a uma vamos dançando no ceu,fazendo dos nossos passos constelação.
E sinto os cheiros tão vivos,o ar me sugando pra fora,querendo me espalhar por todo o espaço.Meu corpo insiste em lutar com a noite.Ela me derruba...e me dou-o a ela como quem se joga no mar,fazendo dos sonhos minhas marés,indo e vindo,levando e trazendo as memórias que nem aconteceram ainda.
Faz frio,mas a noite não poderia ser quente,nós é que temos que nos aquecer.Ela é fria pra que joguemos pra fora nosso calor,pra que ela nos consuma.Ela é escura pra que manchemos o seu escuro com nossos olhos,estrelas caídas do céu.Ela é escura pra que nos sejamos luz.
Adormeço,e me levam as águas escuras.Vou flutuando no mar,refletindo o ceu,refletido no ceu.E se acaso me bate em algo,foi apenas uma estrela perdida.
Adormeço...mas so fui ali,dar um passeio

Uriálisson Matos Queiroz

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Amores usados


Ah,se nossos amores usados,amores provados
Insistem se cruzar de novo
E ja não ligam em repetir os beijos,reacender desejos
E nossos amores confusos,se querem e se deixam
Por quantas estradas passemos,e tantas viajens fizemos
Sobrou ainda um gosto pra não esquecer
Ei,mas não se vá muito adiante,pois no final desse mesmo instante
Nos desfazemos pra depois juntar
Mas,como depois de ouvir ja tantos nãos
Nos insistimos em nos dar as mãos,e começar de novo outra vez
Sim,será o tempo senhor da razão,ou é apenas o grande vilão
Que precisamos pra nos acertar?
Mas nossos amores usados,velhos conhecidos
Que mesmo com o tempo se querem de novo
Insistem na tecla errada da vida
Ingnorando todas as razões
Não,naõ saberei qual foi dos nossos erros
Que retirou nos dois dos nossos peitos
So sei que é ruin me levantar tão so
Mas se tantas coisas nos levou a vida,porque então deixaremos querida
Levar alem nossos amores vãos

Uriálisson Matos Queiroz

domingo, 14 de junho de 2009

Você passou por min e descobriu o espelho
Que me empedia de enxergar
A beleza escondida,que não via na vida
Me despiu dos meus medos
Reverteu meus conceitos
Desalinhou meus gostos
Me escupiu no meio gelo,envolto de luz e calor
Que não derrete,porque ja me dissolvi
No calor eterno de seu corpo



segunda-feira, 8 de junho de 2009

Que meu destino me perdoe
Preferi não andar sobre os versos ja escritos
Dos poetas malditos
Quis correr meu proprio risco
Destilar meu veneno
Beber da minha própria morte
Correr ao risco da minha sorte
Que jão não é nem tanta
Mas do acaso não espero nada
So meras surpresas mal planejadas
Os velhos calos de minha mão
Não seguram mais o peso do mundo
Pois de tudo que resta,so me sobrou a vontade
De carregar meu proprio corpo
Ja pesado pelos anos,corroido pelo tempo
Mas ainda envolto com alguma alegria
Pois sofrer não é destino,apenas momento

Ainda me restam varios sopros de vida
Que soltarei aos poucos,de vez
E de longas estradas que surgirem
Não quero mapas,vou me guiando pelas estrelas
Que ainda não aprendi a ler,e talvez so traduza
Quando do ceu descer algum anjo
E me der um sonho chamado vida

Uriálisson Matos Queiroz

domingo, 7 de junho de 2009

Criação

Eu não teria que ceifar todos os bosques do mundo
O próprio vento se faz mão
Levando por todos os lados a semente que faz brotar o novo
Não teria que lapidar todas as rochas, fizeram as rugas do mundo por entre as montanhas
esculpiram vales,com rios nascendo do ventre da terra
Plantaram nossos frutos,caindo aos montes
Deitaram sobre a terra,um manto verde
Coberto de folhas,orvalhos e pedras

E no meio de tudo,vejo o homem
Que será no meio de toda terra?pedaço de carne vão...
Por todo mal faz,mas o bem ainda constroi
Não é senão,outra criatura deste
Que se esqueceu de que esta no meio,não acima dele
Que se esqueceu,que deste foi cria
E não criador do mundo
Que leva nos pés,a poeira do mundo
Sopra no ar, o vento das ondas
E o brilho dos olhos,foram algumas estrelas caídas do céu

E quando a terra treme,talvez seja
La no meio do peito,la no centro da terra
Um coração que insiste em não parar
E por bater forte demais
Derrubou com tudo,assim como derruba ao homem
Batendo no peito,o sentimento do mundo

Uriálisson Matos Queiroz

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O mal dentro do peito

Ô seu doutor,to vindo aqui lhe dizer
Que não to muito bem,to meio ruin das coisas
Ate com medo de morrer

Mas seu menino,que é que o senhor tem?
Se pela sua cara,lhe digo tão logo,que o senhor está bem.

Seu dotor,eu não tenho resposta
So sei que de min,a saude não gosta

Mas vamos com calma,vamos por partes
Me explique direito,qual é seu defeito
Que se ta mal feito,a medicina resolve

Então meu doutor,não sei direito dizer
É la no fundo do peito,dor doida sem jeito
Que de tanto doer, penso que não aguento e destino a morrer
E lhe digo tão logo,que exame ja fiz,tirei sangue e pressão
Mas ate hoje ninguem me disse,que faço com isso
Que remedio que tomo,pra me dar solução

É meu amigo,to vendo aqui,que não lhe vejo mal nenhum
Não acho problema,ferida escondida
Orgão ruin,ou problema algum
Vejo que seu mal,essa dor no peito
Não encontra jeito
Porque não é na carne,não é no fisico
Seu coração bate sem fundamento,sem ritmo
Porque a dor é la no sentimento,muito mais dentro
Que na medicina não há ferramenta
Não ha bisturi que corte,curativo que aguenta
Remédio que cure,tratamento que dure
E eu nisso não sou doutor,pois diploma posso ter
Mas desse mal eu tambem sofro
E ate hoje não pudi resolver

Uriálisson Matos Queiroz