-E pra que isso? se todo mundo faz...tem jeito não
-Mas ai continua a mesma coisa sempre,nos mesmos reclamamos
-Ah, que nada,vou me estressar com isso nada
-Espere os outros mudarem, que você nunca vai ver nada.
Sai, entrei em meu quarto e fechei a porta, deixei lá os conformados se matarem na sua desilusão.
O homem tem mesmo que se lenhar, na moral...se coloca como refém das coisas, nunca como ser agente. Diminui seu tamanho só pelo tamanho do problema.”A culpa é do sistema”. Mudar o mundo pra mim é ao menos mudar algo a minha volta, na minha vida. Não sou herói de p... nenhuma, nem salvador de nada.Só não quero afundar na própria lama, e nem as coisas que fazem parte de min. Mas olho por lado e vejo que tudo tem alguma ligação comigo, ai não sei ao certo se as puxo ou empurro
O homem cria seu próprio inferno, e o alimenta com sua fraqueza. Depois reclama, vive dizendo que tudo ta uma droga, fica martelando nas mesmas coisas e acha que nada tem jeito, pois nem tenta de outro jeito. Procura as coisas no lugar errado
As vezes o óbvio é a melhor escolha, não tem porque querer contrariar tudo
Mas quebrar a cara é legal, quebre você a sua também. So não vire masoquista, tem gente que gosta de se lenhar e não sai disso
_l_
Uriálisson Matos Queiroz
quinta-feira, 12 de março de 2009
quarta-feira, 11 de março de 2009
Aula
Olhava o relógio mais uma vez, mas o tempo não passava depressa. Parecia andar mais devagar a medida que ele queria que passasse logo."Aula chata da porra, ainda tem mais uma hora e meia pela frente.” Olhava pro quadro tentando entender ou achar algo interessante, pra ver se encontrava mais disposição pra encarar a coisa. Nada. Olhou paras os seus colegas ao lado, ninguém parecia disposto a conversar e todos tinham uma cara de interessados, ou pelo menos fingiam bem. Decidiu sair da sala, era o que fazia quando as coisas não fluíam bem. Ia tomar um ar, uma água, ler algum mural pra ver se encontrava alguma informação interessante, que o ajudasse a passar o tempo entretido,mas nem isso, sabia que não tinha nada de novo e ficava lendo coisas que já tinha lido varias vezes.
Na verdade, era nessa pausa que ele conseguia ouvir melhor seus pensamentos, abafados pelas contas no quadro branco, as quais não conseguia entender direito. Não se preocupava muito com o assunto que deixava de aprender ali. “Depois eu leio no livro, peço ajuda a ágüem”. Era o que vinha fazendo já a alguns semestres, mas não estava dando muito resultado, e sabia disso. “Nesse semestre eu estudo”. E lembrava que essa frase já vinha se tornando repetitiva demais, parecendo acompanhar ele ate terminar o curso.
Mas não saia da sala só pela aula, na verdade era nessas saídas de sala que ele encontrava alguém pelos corredores e conversava, pessoas que ele não via direto e não pegavam mais nenhuma matéria com ele, e que por conta dos desencontros de horários pouco se viam. Eram nessas entrelinhas das aulas que realmente sentia a vida acadêmica. Encostava na janela e falava de qualquer coisa, lembrando de algum assunto desimportante, mas que lhe agradava mais do que as formulas do quadro. Sentia que aprendia ali mais do dentro da sala, realmente jogar conversa fora lhe acrescentava mais conhecimento do que muitas aulas que já tivera.
Demorava uns dez, quinze minutos ali fora, depois seu senso de responsabilidade atrasado o avisava que tinha que voltar pra aula, pra parecer que aprenderia alguma coisa e cumpriria seu dever acadêmico de freqüentar as aulas. Boa merda.
Adorava sair das aulas sem ter que dar satisfação, lembrava que na escola, quando era bem mais novo, tinha que avisar a professora o motivo de estar saindo:”Vou no banheiro” ou ”Vou beber água”. “Saco ter que dar satisfação de tudo,não vou fugir da escola não”, pensava.
Hoje chegava atrasado, saia duas, três vezes da mesma aula, e vez ou outra avisava(pra não tomar falta, é claro) que ia sair mais cedo, por causa de alguma coisa que tinha que resolver ou simplesmente por atender suas necessidades mentais e não ver nem um minuto a mais de aula.
Voltou pra sala. O professor passou um exercício,e por sorte ele não teria obrigação nenhuma de responder lá, mas ficou tentando, ate conseguiu uma parte, mas o resto parecia uma outra língua que ele não conseguia traduzir. Não gostava de fazer as coisas so pela metade, queria o todo, por completo. Ver uma coisa que ele não conseguia fazer mas que no fundo não era tão difícil, o deixava com uma sensação de impotência horrível, e que justamente a questão que ele não conseguia fazer, cairia na prova, comprovando a lei de Murphy.
Passado um tempo, deixado para a resolução do exercício mas que para ele serviu para ficar rabiscando a parte de cima da folha, o professor responde as questões no quadro. Ele copia mecanicamente, CTRL+C, CTRL+V, na esperança ou quem sabe ilusão, de chegar em casa, ler e entender. O professor termina a aula uns quinze minutos mais cedo,”graças a Deus” respira aliviado, e vê que alguém do seu lado diz algo parecido, não sendo ele o único doido pra sair dali.
Sentado do lado de fora do prédio, vê que ainda tem mais uma aula pela manhã, mais duas horas. Duas horas, esse era o tempo que lhe perseguia na maioria das coisas: duas horas de aula, duas horas pro almoço, duas horas pra descansar ate á próxima aula, duas horas pra chegar em Salvador de ônibus, duas horas pra algum curso ou evento, e haveria duas horas medindo alguma outra coisa. Não sabia se era bom, ruim ou necessário, mas o fato do dois aparecer tanto pra medir seu tempo parecia uma implicância . “Porque as coisas não duram 43 minutos, ou 1h e 25 minutos por exemplo? Se indagava, e depois ria, sabia que não teria um horário quebrado desse.
Foi pro prédio central comer alguma coisa, não tinha tomado café, já que acordara sem fome nenhuma. Tinha que parar de comer ate tarde, acordava de estomago cheio ainda, mas tinha que comer algo no intervalo, pois la pras 10h ia sentir fome e o estomago ia doer. A propósito, não tinha feito comida no dia anterior, não tinha nada na geladeira, e seu almoço seria inevitavelmente macarrão, que era o que dava tempo de fazer.
Sentado perto da janela, conversava com seus amigos, todos saindo de alguma aula ou indo pra uma, mas ele podia ficar ali mais um pouco, a professora geralmente atrasava.
“Nesse semestre eu estudo” pensou de novo.A professora já tinha entrado, mas cinco minutos ali fora não iam lhe fazer mal...
Na verdade, era nessa pausa que ele conseguia ouvir melhor seus pensamentos, abafados pelas contas no quadro branco, as quais não conseguia entender direito. Não se preocupava muito com o assunto que deixava de aprender ali. “Depois eu leio no livro, peço ajuda a ágüem”. Era o que vinha fazendo já a alguns semestres, mas não estava dando muito resultado, e sabia disso. “Nesse semestre eu estudo”. E lembrava que essa frase já vinha se tornando repetitiva demais, parecendo acompanhar ele ate terminar o curso.
Mas não saia da sala só pela aula, na verdade era nessas saídas de sala que ele encontrava alguém pelos corredores e conversava, pessoas que ele não via direto e não pegavam mais nenhuma matéria com ele, e que por conta dos desencontros de horários pouco se viam. Eram nessas entrelinhas das aulas que realmente sentia a vida acadêmica. Encostava na janela e falava de qualquer coisa, lembrando de algum assunto desimportante, mas que lhe agradava mais do que as formulas do quadro. Sentia que aprendia ali mais do dentro da sala, realmente jogar conversa fora lhe acrescentava mais conhecimento do que muitas aulas que já tivera.
Demorava uns dez, quinze minutos ali fora, depois seu senso de responsabilidade atrasado o avisava que tinha que voltar pra aula, pra parecer que aprenderia alguma coisa e cumpriria seu dever acadêmico de freqüentar as aulas. Boa merda.
Adorava sair das aulas sem ter que dar satisfação, lembrava que na escola, quando era bem mais novo, tinha que avisar a professora o motivo de estar saindo:”Vou no banheiro” ou ”Vou beber água”. “Saco ter que dar satisfação de tudo,não vou fugir da escola não”, pensava.
Hoje chegava atrasado, saia duas, três vezes da mesma aula, e vez ou outra avisava(pra não tomar falta, é claro) que ia sair mais cedo, por causa de alguma coisa que tinha que resolver ou simplesmente por atender suas necessidades mentais e não ver nem um minuto a mais de aula.
Voltou pra sala. O professor passou um exercício,e por sorte ele não teria obrigação nenhuma de responder lá, mas ficou tentando, ate conseguiu uma parte, mas o resto parecia uma outra língua que ele não conseguia traduzir. Não gostava de fazer as coisas so pela metade, queria o todo, por completo. Ver uma coisa que ele não conseguia fazer mas que no fundo não era tão difícil, o deixava com uma sensação de impotência horrível, e que justamente a questão que ele não conseguia fazer, cairia na prova, comprovando a lei de Murphy.
Passado um tempo, deixado para a resolução do exercício mas que para ele serviu para ficar rabiscando a parte de cima da folha, o professor responde as questões no quadro. Ele copia mecanicamente, CTRL+C, CTRL+V, na esperança ou quem sabe ilusão, de chegar em casa, ler e entender. O professor termina a aula uns quinze minutos mais cedo,”graças a Deus” respira aliviado, e vê que alguém do seu lado diz algo parecido, não sendo ele o único doido pra sair dali.
Sentado do lado de fora do prédio, vê que ainda tem mais uma aula pela manhã, mais duas horas. Duas horas, esse era o tempo que lhe perseguia na maioria das coisas: duas horas de aula, duas horas pro almoço, duas horas pra descansar ate á próxima aula, duas horas pra chegar em Salvador de ônibus, duas horas pra algum curso ou evento, e haveria duas horas medindo alguma outra coisa. Não sabia se era bom, ruim ou necessário, mas o fato do dois aparecer tanto pra medir seu tempo parecia uma implicância . “Porque as coisas não duram 43 minutos, ou 1h e 25 minutos por exemplo? Se indagava, e depois ria, sabia que não teria um horário quebrado desse.
Foi pro prédio central comer alguma coisa, não tinha tomado café, já que acordara sem fome nenhuma. Tinha que parar de comer ate tarde, acordava de estomago cheio ainda, mas tinha que comer algo no intervalo, pois la pras 10h ia sentir fome e o estomago ia doer. A propósito, não tinha feito comida no dia anterior, não tinha nada na geladeira, e seu almoço seria inevitavelmente macarrão, que era o que dava tempo de fazer.
Sentado perto da janela, conversava com seus amigos, todos saindo de alguma aula ou indo pra uma, mas ele podia ficar ali mais um pouco, a professora geralmente atrasava.
“Nesse semestre eu estudo” pensou de novo.A professora já tinha entrado, mas cinco minutos ali fora não iam lhe fazer mal...
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