Eu talvez não traduzi direito seus gestos
Seus olhares distantes,que de tão perto
Me deixavam com a mente tão presa
Eu vi que por todos os lados voce se espalhava
Me inundava,absorvia,se derramava em meus braços
Mas tudo foi tão denso,que não consegui lhe segurar
Voce escorreu entre meus dedos,se perdeu da minha vista
E eu,agora me perdi nesse mundo
Pois que tanto me doei,e hoje lhe perdi
Perdi tambem a min,me deixando pra tras
No meio de ti
Uriálisson Matos Queiroz
domingo, 31 de maio de 2009
terça-feira, 19 de maio de 2009
...mas você faz o que mesmo?
Mesmo hoje,depois de um certo tempo que já estou cursando engenharia florestal, ainda são comuns expressões de surpresa das pessoas quando falo o que faço. Ok,tudo bem,não é nenhum curso em que você veja muitas pessoas fazendo, ainda mais em grandes centros, como de onde eu sai,Salvador, mas quando falo,parece que faço algo de outro mundo.Tipo,comentários como "Não tinha nada melhor pra você fazer não?"(mesmo levando numa boa e rindo,dava vontade de xingar a pessoa toda),ou "Esse curso é novo né", ai la ia eu explicando que aqui na Bahia era novo sim,mas que em outros estados já tem a mais tempo,que o curso ja tem quase 50 anos aqui no Brasil...ou então aquela clássica frase "Ah,legal", mas notando que a pessoa não sabia direito o que era e ficava tentando imaginar o que seria esse raio de profissão. Acho que pensavam que iria ficar direto numa mata, ou seria um daqueles defensores da natureza que abraçam árvores e fazem aquela linda campanha para proteger a natureza.
Talvez se fizesse algo como os tradicionais direito,medicina,administração,ondonto,ou alguma engenharia mais conhecida não visse tantas caras se surpresa e desinformação diante da escolha que fiz ao preencher o formulario do vestibular. Mas sabe de uma? Eu ate que gostava, dava aquela sensação de ser diferente e optar por algo que a maioria das pessoas não faz,se sentindo único, do contra...Lembro no cursinho,quando o professor perguntava sobre as profissões,"Quem vai fazer medicina" ai meio mundo de mãos se levantavam,"Quem vai fazer direito"outra boa parte também levantava, e depois muitas também pros demais cursos de saude, umas menos pro de administração, algumas poucas pras engenharias(das mais conhecidas, não da minha),um ou outro revoltado(sem querer ofender,eu gostava de encontrar pessoas que fossem fazer algum curso mais diferente do que a maioria) que fosse fazer letras,artes,musica e demais cursos que não são campeões de concorrência. Mas eu não tava nem ai, e creio que os outros tambem não, quando falávamos nossa opção, sai um "Pô,massa!", que parecia que nos eramos mentes privilegiadas ou diferenciadas por escolher algo mais "exotico".
Mas outra pergunta era,e ainda é, "O que um engenheiro florestal tem de utilidade na minha vida?".Blz,ja entendi.É muito facil ver a utilidade de um medico,que salva vidas,cuida da saúde(oh,que nobre),profissional que certamente todos nos ja recorremos alguma vez.Ou então um advogado,conhecedor das leis, promotor da justiça(:P)...e assim vai pelas outras profissões,que mesmo a sociedade não tendo contato direto,sabe que tem alguma função pra alguem em algum canto. Jornalismo,nutrição,historia,quimica,engenharia eletrica,matematica...e cade minha utilidade pra sociedade?Onde esta a "nobreza da minha profissão"?Acho que to mais pra pebleu.
Bem,boa parte do que temos de natureza preservado, de meio ambiente ainda resistindo se deve a algum engenheiro florestal que de alguma maneira trabalhou pra isso. A maioria do papel que voce usa,desde escrever algum recado,fazer sua prova,escrever artigos e ate nas horas de aperto no banheiro,se deve a algum engenheiro florestal que lidou com a parte de fabricação de papel.Assim como a madeira de algum móvel,ponte,porta,ou o carvão pra fazer seu churrasco..algum jardim que você achou bonito ao passar na rua,aquelas árvores que voce acha bonito em meio a todo concreto das cidades,e assim vai por todas as coisas que possamos retirar da natureza,dos rios, da terra..tem algum colega meu la envolvido,em algum processo disso tudo
Não falo isso me envaidecendo, mas é so pra saberem que minha profissão tem sua importância na sociedade,muito mais do que imaginam.Mas se pra alguém isso tudo não tem muito valor,então que se dane a droga de sociedade,não presto tanto quanto ela.
Escolhi esse curso,não so por gostar de plantas, de cultiva-las,gostar da área de meio ambiente,ou muito menos pelo mercado de trabalho(que é ate bom por sinal).No fundo,acho que foi minha maneira de compreender o mundo e agir nele.De compreende-lo,estudando a natureza.
Bonito ne,que comovente...,mas todos tem sua beleza, somos todos algum parafuso que aperta algo no mundo, ou desregula tudo.
Mas podem dizer que vou ficar no meio do mato, que vou plantar árvores, defender a natureza,tentar salvar o mundo,conscientizar as pessoas...no fundo todas as profissões tem seu lirismo,seu idealismo,com a minha não é excessão.Faz parte da profissão
Talvez se fizesse algo como os tradicionais direito,medicina,administração,ondonto,ou alguma engenharia mais conhecida não visse tantas caras se surpresa e desinformação diante da escolha que fiz ao preencher o formulario do vestibular. Mas sabe de uma? Eu ate que gostava, dava aquela sensação de ser diferente e optar por algo que a maioria das pessoas não faz,se sentindo único, do contra...Lembro no cursinho,quando o professor perguntava sobre as profissões,"Quem vai fazer medicina" ai meio mundo de mãos se levantavam,"Quem vai fazer direito"outra boa parte também levantava, e depois muitas também pros demais cursos de saude, umas menos pro de administração, algumas poucas pras engenharias(das mais conhecidas, não da minha),um ou outro revoltado(sem querer ofender,eu gostava de encontrar pessoas que fossem fazer algum curso mais diferente do que a maioria) que fosse fazer letras,artes,musica e demais cursos que não são campeões de concorrência. Mas eu não tava nem ai, e creio que os outros tambem não, quando falávamos nossa opção, sai um "Pô,massa!", que parecia que nos eramos mentes privilegiadas ou diferenciadas por escolher algo mais "exotico".
Mas outra pergunta era,e ainda é, "O que um engenheiro florestal tem de utilidade na minha vida?".Blz,ja entendi.É muito facil ver a utilidade de um medico,que salva vidas,cuida da saúde(oh,que nobre),profissional que certamente todos nos ja recorremos alguma vez.Ou então um advogado,conhecedor das leis, promotor da justiça(:P)...e assim vai pelas outras profissões,que mesmo a sociedade não tendo contato direto,sabe que tem alguma função pra alguem em algum canto. Jornalismo,nutrição,historia,quimica,engenharia eletrica,matematica...e cade minha utilidade pra sociedade?Onde esta a "nobreza da minha profissão"?Acho que to mais pra pebleu.
Bem,boa parte do que temos de natureza preservado, de meio ambiente ainda resistindo se deve a algum engenheiro florestal que de alguma maneira trabalhou pra isso. A maioria do papel que voce usa,desde escrever algum recado,fazer sua prova,escrever artigos e ate nas horas de aperto no banheiro,se deve a algum engenheiro florestal que lidou com a parte de fabricação de papel.Assim como a madeira de algum móvel,ponte,porta,ou o carvão pra fazer seu churrasco..algum jardim que você achou bonito ao passar na rua,aquelas árvores que voce acha bonito em meio a todo concreto das cidades,e assim vai por todas as coisas que possamos retirar da natureza,dos rios, da terra..tem algum colega meu la envolvido,em algum processo disso tudo
Não falo isso me envaidecendo, mas é so pra saberem que minha profissão tem sua importância na sociedade,muito mais do que imaginam.Mas se pra alguém isso tudo não tem muito valor,então que se dane a droga de sociedade,não presto tanto quanto ela.
Escolhi esse curso,não so por gostar de plantas, de cultiva-las,gostar da área de meio ambiente,ou muito menos pelo mercado de trabalho(que é ate bom por sinal).No fundo,acho que foi minha maneira de compreender o mundo e agir nele.De compreende-lo,estudando a natureza.
Bonito ne,que comovente...,mas todos tem sua beleza, somos todos algum parafuso que aperta algo no mundo, ou desregula tudo.
Mas podem dizer que vou ficar no meio do mato, que vou plantar árvores, defender a natureza,tentar salvar o mundo,conscientizar as pessoas...no fundo todas as profissões tem seu lirismo,seu idealismo,com a minha não é excessão.Faz parte da profissão
sábado, 2 de maio de 2009
Se falam por ai que bem não acordei
É que não sabem por onde andei
Com quem estava
Com quem falava
Em quem pensei
Eu passei a noite sozinho
Pensando na ausencia
Falando pros muros
Andando nas ruas
Dizendo pra elas,que não ta tudo bem
Que me sinto um coitado, vagabundo largado
Deixado a má sorte, sem mais nada no bolso
E que nem me sobrou,um amor de consolo
É que não sabem por onde andei
Com quem estava
Com quem falava
Em quem pensei
Eu passei a noite sozinho
Pensando na ausencia
Falando pros muros
Andando nas ruas
Dizendo pra elas,que não ta tudo bem
Que me sinto um coitado, vagabundo largado
Deixado a má sorte, sem mais nada no bolso
E que nem me sobrou,um amor de consolo
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Então...
Talvez se apresentar seja algo que fazemos logo no inicio de algo,assim que conhecemos,criamos,mas vou falar desse blog um pouco depois de te-lo criado,e de já ter postado algumas coisas,meio que aquelas pessoas que conhecemos e vamos falando,falando...pra só depois cair a ficha e dizer"Como é mesmo seu nome?" "Ah sim,o meu é ...", "e você é da onde?faz o que?"então..
É meio que uma tentativa de expor algo que me passa pela mente, que passa em determinados momentos,visões de mundo ou mundos, emoções súbitas e valores de toda a vida.Sem formato certo, linhas alinhadas, pontuações precisas ou rimas perfeitas,apenas uma necessidade de me mostrar(sim,uma pessoa coloca uma pagina na internet e não quer ser vista?colé,nem que for no subconsciente,mas quer),seja em poesia,prosa,frases soltas,palavras rápidas ou diálogos perdidos.
Colocar aqui o que se passa na minha mente, não é só pensar profundamente, é também dizer o que sinto a flor da pele, cuspir algo ruim,vomitar algo estragado, dar um grito de dor, mas sem nunca ser falso. Ironias e sarcasmos fazem parte, apenas não me entendam mal, posso dizer coisas de formas diferentes.
Descobri que escrever faz muito bem, mexe com as engrenagens da minha mente, e mesmo que nem sempre saia algo "lindo,maravilhoso", só de suar os neurónios já fez bem. Produzir algo, não é só ficar la esperando a deusa da inspiração tocar em nossa mentes e mandar as mais fabulosas ideias, é também trabalhar(sim,o maledito trabalho), fazer-refazer,criar-destruir,riscar-apagar ou rasurar e fazer tudo de novo,ate que saia algo aceitável. Tentar,tentar, tentar...mas claro que dando uma parada as vezes, pois todo mundo é de ferro,mas ferro oxida,enferruja e cai
Se quiserem dizer algo,fiquem a vontade, criticas e elogios ao seu dispor. Jogando pro mundo, e pegando de volta...
É meio que uma tentativa de expor algo que me passa pela mente, que passa em determinados momentos,visões de mundo ou mundos, emoções súbitas e valores de toda a vida.Sem formato certo, linhas alinhadas, pontuações precisas ou rimas perfeitas,apenas uma necessidade de me mostrar(sim,uma pessoa coloca uma pagina na internet e não quer ser vista?colé,nem que for no subconsciente,mas quer),seja em poesia,prosa,frases soltas,palavras rápidas ou diálogos perdidos.
Colocar aqui o que se passa na minha mente, não é só pensar profundamente, é também dizer o que sinto a flor da pele, cuspir algo ruim,vomitar algo estragado, dar um grito de dor, mas sem nunca ser falso. Ironias e sarcasmos fazem parte, apenas não me entendam mal, posso dizer coisas de formas diferentes.
Descobri que escrever faz muito bem, mexe com as engrenagens da minha mente, e mesmo que nem sempre saia algo "lindo,maravilhoso", só de suar os neurónios já fez bem. Produzir algo, não é só ficar la esperando a deusa da inspiração tocar em nossa mentes e mandar as mais fabulosas ideias, é também trabalhar(sim,o maledito trabalho), fazer-refazer,criar-destruir,riscar-apagar ou rasurar e fazer tudo de novo,ate que saia algo aceitável. Tentar,tentar, tentar...mas claro que dando uma parada as vezes, pois todo mundo é de ferro,mas ferro oxida,enferruja e cai
Se quiserem dizer algo,fiquem a vontade, criticas e elogios ao seu dispor. Jogando pro mundo, e pegando de volta...
quarta-feira, 15 de abril de 2009
quinta-feira, 12 de março de 2009
Que jeito...
-E pra que isso? se todo mundo faz...tem jeito não
-Mas ai continua a mesma coisa sempre,nos mesmos reclamamos
-Ah, que nada,vou me estressar com isso nada
-Espere os outros mudarem, que você nunca vai ver nada.
Sai, entrei em meu quarto e fechei a porta, deixei lá os conformados se matarem na sua desilusão.
O homem tem mesmo que se lenhar, na moral...se coloca como refém das coisas, nunca como ser agente. Diminui seu tamanho só pelo tamanho do problema.”A culpa é do sistema”. Mudar o mundo pra mim é ao menos mudar algo a minha volta, na minha vida. Não sou herói de p... nenhuma, nem salvador de nada.Só não quero afundar na própria lama, e nem as coisas que fazem parte de min. Mas olho por lado e vejo que tudo tem alguma ligação comigo, ai não sei ao certo se as puxo ou empurro
O homem cria seu próprio inferno, e o alimenta com sua fraqueza. Depois reclama, vive dizendo que tudo ta uma droga, fica martelando nas mesmas coisas e acha que nada tem jeito, pois nem tenta de outro jeito. Procura as coisas no lugar errado
As vezes o óbvio é a melhor escolha, não tem porque querer contrariar tudo
Mas quebrar a cara é legal, quebre você a sua também. So não vire masoquista, tem gente que gosta de se lenhar e não sai disso
_l_
Uriálisson Matos Queiroz
-Mas ai continua a mesma coisa sempre,nos mesmos reclamamos
-Ah, que nada,vou me estressar com isso nada
-Espere os outros mudarem, que você nunca vai ver nada.
Sai, entrei em meu quarto e fechei a porta, deixei lá os conformados se matarem na sua desilusão.
O homem tem mesmo que se lenhar, na moral...se coloca como refém das coisas, nunca como ser agente. Diminui seu tamanho só pelo tamanho do problema.”A culpa é do sistema”. Mudar o mundo pra mim é ao menos mudar algo a minha volta, na minha vida. Não sou herói de p... nenhuma, nem salvador de nada.Só não quero afundar na própria lama, e nem as coisas que fazem parte de min. Mas olho por lado e vejo que tudo tem alguma ligação comigo, ai não sei ao certo se as puxo ou empurro
O homem cria seu próprio inferno, e o alimenta com sua fraqueza. Depois reclama, vive dizendo que tudo ta uma droga, fica martelando nas mesmas coisas e acha que nada tem jeito, pois nem tenta de outro jeito. Procura as coisas no lugar errado
As vezes o óbvio é a melhor escolha, não tem porque querer contrariar tudo
Mas quebrar a cara é legal, quebre você a sua também. So não vire masoquista, tem gente que gosta de se lenhar e não sai disso
_l_
Uriálisson Matos Queiroz
quarta-feira, 11 de março de 2009
Aula
Olhava o relógio mais uma vez, mas o tempo não passava depressa. Parecia andar mais devagar a medida que ele queria que passasse logo."Aula chata da porra, ainda tem mais uma hora e meia pela frente.” Olhava pro quadro tentando entender ou achar algo interessante, pra ver se encontrava mais disposição pra encarar a coisa. Nada. Olhou paras os seus colegas ao lado, ninguém parecia disposto a conversar e todos tinham uma cara de interessados, ou pelo menos fingiam bem. Decidiu sair da sala, era o que fazia quando as coisas não fluíam bem. Ia tomar um ar, uma água, ler algum mural pra ver se encontrava alguma informação interessante, que o ajudasse a passar o tempo entretido,mas nem isso, sabia que não tinha nada de novo e ficava lendo coisas que já tinha lido varias vezes.
Na verdade, era nessa pausa que ele conseguia ouvir melhor seus pensamentos, abafados pelas contas no quadro branco, as quais não conseguia entender direito. Não se preocupava muito com o assunto que deixava de aprender ali. “Depois eu leio no livro, peço ajuda a ágüem”. Era o que vinha fazendo já a alguns semestres, mas não estava dando muito resultado, e sabia disso. “Nesse semestre eu estudo”. E lembrava que essa frase já vinha se tornando repetitiva demais, parecendo acompanhar ele ate terminar o curso.
Mas não saia da sala só pela aula, na verdade era nessas saídas de sala que ele encontrava alguém pelos corredores e conversava, pessoas que ele não via direto e não pegavam mais nenhuma matéria com ele, e que por conta dos desencontros de horários pouco se viam. Eram nessas entrelinhas das aulas que realmente sentia a vida acadêmica. Encostava na janela e falava de qualquer coisa, lembrando de algum assunto desimportante, mas que lhe agradava mais do que as formulas do quadro. Sentia que aprendia ali mais do dentro da sala, realmente jogar conversa fora lhe acrescentava mais conhecimento do que muitas aulas que já tivera.
Demorava uns dez, quinze minutos ali fora, depois seu senso de responsabilidade atrasado o avisava que tinha que voltar pra aula, pra parecer que aprenderia alguma coisa e cumpriria seu dever acadêmico de freqüentar as aulas. Boa merda.
Adorava sair das aulas sem ter que dar satisfação, lembrava que na escola, quando era bem mais novo, tinha que avisar a professora o motivo de estar saindo:”Vou no banheiro” ou ”Vou beber água”. “Saco ter que dar satisfação de tudo,não vou fugir da escola não”, pensava.
Hoje chegava atrasado, saia duas, três vezes da mesma aula, e vez ou outra avisava(pra não tomar falta, é claro) que ia sair mais cedo, por causa de alguma coisa que tinha que resolver ou simplesmente por atender suas necessidades mentais e não ver nem um minuto a mais de aula.
Voltou pra sala. O professor passou um exercício,e por sorte ele não teria obrigação nenhuma de responder lá, mas ficou tentando, ate conseguiu uma parte, mas o resto parecia uma outra língua que ele não conseguia traduzir. Não gostava de fazer as coisas so pela metade, queria o todo, por completo. Ver uma coisa que ele não conseguia fazer mas que no fundo não era tão difícil, o deixava com uma sensação de impotência horrível, e que justamente a questão que ele não conseguia fazer, cairia na prova, comprovando a lei de Murphy.
Passado um tempo, deixado para a resolução do exercício mas que para ele serviu para ficar rabiscando a parte de cima da folha, o professor responde as questões no quadro. Ele copia mecanicamente, CTRL+C, CTRL+V, na esperança ou quem sabe ilusão, de chegar em casa, ler e entender. O professor termina a aula uns quinze minutos mais cedo,”graças a Deus” respira aliviado, e vê que alguém do seu lado diz algo parecido, não sendo ele o único doido pra sair dali.
Sentado do lado de fora do prédio, vê que ainda tem mais uma aula pela manhã, mais duas horas. Duas horas, esse era o tempo que lhe perseguia na maioria das coisas: duas horas de aula, duas horas pro almoço, duas horas pra descansar ate á próxima aula, duas horas pra chegar em Salvador de ônibus, duas horas pra algum curso ou evento, e haveria duas horas medindo alguma outra coisa. Não sabia se era bom, ruim ou necessário, mas o fato do dois aparecer tanto pra medir seu tempo parecia uma implicância . “Porque as coisas não duram 43 minutos, ou 1h e 25 minutos por exemplo? Se indagava, e depois ria, sabia que não teria um horário quebrado desse.
Foi pro prédio central comer alguma coisa, não tinha tomado café, já que acordara sem fome nenhuma. Tinha que parar de comer ate tarde, acordava de estomago cheio ainda, mas tinha que comer algo no intervalo, pois la pras 10h ia sentir fome e o estomago ia doer. A propósito, não tinha feito comida no dia anterior, não tinha nada na geladeira, e seu almoço seria inevitavelmente macarrão, que era o que dava tempo de fazer.
Sentado perto da janela, conversava com seus amigos, todos saindo de alguma aula ou indo pra uma, mas ele podia ficar ali mais um pouco, a professora geralmente atrasava.
“Nesse semestre eu estudo” pensou de novo.A professora já tinha entrado, mas cinco minutos ali fora não iam lhe fazer mal...
Na verdade, era nessa pausa que ele conseguia ouvir melhor seus pensamentos, abafados pelas contas no quadro branco, as quais não conseguia entender direito. Não se preocupava muito com o assunto que deixava de aprender ali. “Depois eu leio no livro, peço ajuda a ágüem”. Era o que vinha fazendo já a alguns semestres, mas não estava dando muito resultado, e sabia disso. “Nesse semestre eu estudo”. E lembrava que essa frase já vinha se tornando repetitiva demais, parecendo acompanhar ele ate terminar o curso.
Mas não saia da sala só pela aula, na verdade era nessas saídas de sala que ele encontrava alguém pelos corredores e conversava, pessoas que ele não via direto e não pegavam mais nenhuma matéria com ele, e que por conta dos desencontros de horários pouco se viam. Eram nessas entrelinhas das aulas que realmente sentia a vida acadêmica. Encostava na janela e falava de qualquer coisa, lembrando de algum assunto desimportante, mas que lhe agradava mais do que as formulas do quadro. Sentia que aprendia ali mais do dentro da sala, realmente jogar conversa fora lhe acrescentava mais conhecimento do que muitas aulas que já tivera.
Demorava uns dez, quinze minutos ali fora, depois seu senso de responsabilidade atrasado o avisava que tinha que voltar pra aula, pra parecer que aprenderia alguma coisa e cumpriria seu dever acadêmico de freqüentar as aulas. Boa merda.
Adorava sair das aulas sem ter que dar satisfação, lembrava que na escola, quando era bem mais novo, tinha que avisar a professora o motivo de estar saindo:”Vou no banheiro” ou ”Vou beber água”. “Saco ter que dar satisfação de tudo,não vou fugir da escola não”, pensava.
Hoje chegava atrasado, saia duas, três vezes da mesma aula, e vez ou outra avisava(pra não tomar falta, é claro) que ia sair mais cedo, por causa de alguma coisa que tinha que resolver ou simplesmente por atender suas necessidades mentais e não ver nem um minuto a mais de aula.
Voltou pra sala. O professor passou um exercício,e por sorte ele não teria obrigação nenhuma de responder lá, mas ficou tentando, ate conseguiu uma parte, mas o resto parecia uma outra língua que ele não conseguia traduzir. Não gostava de fazer as coisas so pela metade, queria o todo, por completo. Ver uma coisa que ele não conseguia fazer mas que no fundo não era tão difícil, o deixava com uma sensação de impotência horrível, e que justamente a questão que ele não conseguia fazer, cairia na prova, comprovando a lei de Murphy.
Passado um tempo, deixado para a resolução do exercício mas que para ele serviu para ficar rabiscando a parte de cima da folha, o professor responde as questões no quadro. Ele copia mecanicamente, CTRL+C, CTRL+V, na esperança ou quem sabe ilusão, de chegar em casa, ler e entender. O professor termina a aula uns quinze minutos mais cedo,”graças a Deus” respira aliviado, e vê que alguém do seu lado diz algo parecido, não sendo ele o único doido pra sair dali.
Sentado do lado de fora do prédio, vê que ainda tem mais uma aula pela manhã, mais duas horas. Duas horas, esse era o tempo que lhe perseguia na maioria das coisas: duas horas de aula, duas horas pro almoço, duas horas pra descansar ate á próxima aula, duas horas pra chegar em Salvador de ônibus, duas horas pra algum curso ou evento, e haveria duas horas medindo alguma outra coisa. Não sabia se era bom, ruim ou necessário, mas o fato do dois aparecer tanto pra medir seu tempo parecia uma implicância . “Porque as coisas não duram 43 minutos, ou 1h e 25 minutos por exemplo? Se indagava, e depois ria, sabia que não teria um horário quebrado desse.
Foi pro prédio central comer alguma coisa, não tinha tomado café, já que acordara sem fome nenhuma. Tinha que parar de comer ate tarde, acordava de estomago cheio ainda, mas tinha que comer algo no intervalo, pois la pras 10h ia sentir fome e o estomago ia doer. A propósito, não tinha feito comida no dia anterior, não tinha nada na geladeira, e seu almoço seria inevitavelmente macarrão, que era o que dava tempo de fazer.
Sentado perto da janela, conversava com seus amigos, todos saindo de alguma aula ou indo pra uma, mas ele podia ficar ali mais um pouco, a professora geralmente atrasava.
“Nesse semestre eu estudo” pensou de novo.A professora já tinha entrado, mas cinco minutos ali fora não iam lhe fazer mal...
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