sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Quem dirá adeus
Se tantas rotas e voltas
Se confundem
E toda partida vira encontro?

Se toda despedida
Nunca é certeza do fim
E o mundo que dizemos pequeno
Mostra apenas
Tudo que não sabemos

Quem dirá adeus
Se tanto que nem vimos
Ainda está por vir
E nunca saberemos
De fato,o fim.



segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Libertação


Vejo a prisão que me cerca
Não há muros
Nem grades
A porta é aberta
Incosciente,não fujo
Pois fizeram refém
Meu pensamento

Escravo de quem não conheço
Correntes que não me tocam
A ilusão do que me mostram
São as paredes que me sufocam

Paro e apenas vejo:
Minha liberdade
É a quebra de mim mesmo



sábado, 25 de dezembro de 2010


Não sei porque
Em outros cantos procuro
A palavra que preciso
A poesia que quero

Se nos teus olhos encontro versos
Mais infinitos que o próprio universo

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

De algum jeito,que siga


Sempre quando ia escrever uma redação ou qualquer texto ficava sem saber como começar,que palavras usar,o jeito,a maneira...mas via que não podia ficar a vida toda ensaiando a melhor maneira de fazer tudo,e simplesmente começa,jogava palavras,e as coisas iam fluindo.E daí ia.Ia rolando,e o texto se desenrolando,com erros,tropeços,mas com o tempo ia me acertando.Vi que pra muito da vida,também não poderia demorar demais pra começar.Temos que dar algum chute,se for pro gol ou pra escanteio,sabe-se lá.
Com as pessoas também acontece isso.Nem sempre começamos da melhor maneira com alguém,podemos demorar pra entender a linguagem do outro."Ler" um ao outro.Mas é isso,as coisas com o tempo vão se ajustando,se descobrindo.Aquilo da "1º impressão e a que fica",nem sempre fica.Ninguém é livro marcado pra eternidade.
Temos aquela de ver alguém e dizer "Pô,gostei daquela pessoa de 1º",e realmente podemos nos identificar com algo ou alguém de cara.Noutras,nem vamos com a cara.As vezes é questão de oportunidade,de momento ou época.Os ponteiros não se acertam de primeira,mas quando sim,podem girar juntos até a eternidade.
Então começando bem ou mal,deixe a pedra rolar.Há de haver caminhos em que destinos se cruzem,acasos de batam...e sem frases-feitas ou ensaios,ser espontâneo é melhor.Nem que seja pra quebrar a cara.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Vôo
Apenas de min
Salto distante do pensamento
A pousar em rocha bruta
Frágil canto que some ao vento

Num bater de asas
Apenas a necessidade de viver

Num cair
Apenas a lição do próximo vôo

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Talvez nunca aprendamos certas coisas,e por isso mesmo creio que somos humanos de verdade.Não ter domínio de tudo,inclusive de si próprio.Passar a agonia de não ter quem ou o que se quer,não se acostumar a morte,mesmo sabendo que é a unica certeza da vida,deixar-se iludir por mentiras,mesmo sabendo que são mentiras, ou não aceitar as verdades,pelo simples fato de que não nos agradam.Crer em coisas impossíveis apenas porque queremos que aconteça,ignorar a razão,mesmo sabendo que iremos quebrar a cara.E até querer deixar de lado a emoção,sabendo que é esta que nos manifesta na vida.
E por mais que apredamos,ainda estamos sujeitos ao erro,a eterna caída,ao tropeço.Por isso mesmo,podemos ser melhores.
Pelo melhor caminho que sigamos,ainda nos permitimos ao erro,e por isso mesmo somos humanos.

sábado, 13 de novembro de 2010

Sou apenas um peito aberto
A pulsar no mundo
A sangrar em vida
A bater profundo

quarta-feira, 3 de novembro de 2010


Um olhar se fecha
E nada mais entra na mente

Apenas os pensamentos
Pedidos ou achados
Confusos e claros

Em meio ao escuro atrás dos olhos
Entre o que se lembrou ou se esqueceu
Todo o mundo agora se confina
Num infinito chamado eu

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Vivei
Que o tempo passa na pressa do vento
Seja teu hoje,o melhor momento
Que o passado é bom,mas ja se foi
O futuro promete,mas ainda nem é

Viva seu tempo na manhã do agora
Que se tardar,a vida passa
Dando tchau
e vai embora

domingo, 8 de agosto de 2010

Nos dias de hoje
Os tempos são outros
As pessoas não são elas
Um vida vale qualquer trocado
Valores não valem mais nada
E custamos a amar uns aos outros

Ah no meu tempo...
Que nem é meu por muito tempo
Apenas foi,em algum dia
Meu momento

Onde via flores não so em enterros
Onde passaros não viviam so em gaiolas
Onde nos rios não nadavam so sugeira

Mas há de ter esperança
Tudo pode não ser bom
Como nos tempos de criança
Mas hoje é so um dia
E amanhã são vários outros

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Tudo passa
E porque iriamos de ficar aqui?
Se andamos pelo caminho que escolhemos
Feito areia somos jogados ao sabor do vento-destino

Levamos meses pra nascer
Vivemos outros tantos anos
Mas minutos e segundos
Ditam todo desfecho

Tantas perguntas regem nossa vida
Pra no final,ser so uma a resposta
Certeza apenas de que por aqui passamos
E se bem vivemos,tão bom será o destino que nem sabemos

Tão bom foi tudo que deixamos
E fica eterno nos outros

Texto feito em lembrança de meu amigo Caio,morto em 17/07 por conta de um acidente

sábado, 10 de julho de 2010

Ando tão perdido
que quando me encontro
é por mero acaso

sábado, 26 de junho de 2010

Eu,fragmento do mundo
As vezes ilha a deriva
Noutras,continente seguro

O horizonte é meu pensamento
Ainda a ser descoberto
Meus amores são ondas
Que navego de peito aberto

Sigo a rota dos ventos
Pra não me perder parado
Carrego o mundo nas costas
Levo a história em meus pés
Na poeira de cada passo dado

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Não serão minhas as rosas na primavera,se do meu inverno também,não colher o gelo.

domingo, 16 de maio de 2010

Não sei se o agir e pensar
sincronizam da mesma maneira
posto que há um fosso
entre a mão e a mente
o que se diz e o que se sente

Se na confusão do universo
foi criado meu mundo
o ser e o estar,mesmo diferentes
ainda andam juntos

Tento me traduzir
mas nem sei que lingua me fala melhor
e mesmo mudo
ainda digo de várias maneiras
e mesmo surdo
o silêncio nunca me acalma

Apenas percebo
que a dor que me mata
é a mesma que me mantem vivo

domingo, 9 de maio de 2010

sexta-feira, 7 de maio de 2010


Esqueço as horas que regem o mundo
E conto o tempo no bater do meu pulso
Cada gota de chuva é um brinde a vida
E o vento sopra um convite a liberdade
Se o dia termina ou se inicia
Se foi sol ou lua o que avistei
É só o mundo dando voltas
Ressucitando em coisas novas
Reconstruindo tudo que sei

Farol da tempestade


Navega em algum canto da alma
Um mar revolto de pensamentos perdidos
E o balançar da maré cheia
Vem do bater de um coração desgovernado

Surge dos ventos o grito que inquieta o peito
E toda luz que me alimenta vem de um farol nublado
Mas ja não sei se o que sinto é mesmo meu
Pois nem o céu me permite saber
Se no meu rosto desce meu pranto
Ou são as as gotas dele a chover

terça-feira, 13 de abril de 2010


Um pensamento destrói o mundo
e meu ser vira passaro liberto

Meu corpo não comporta mais alma
Transcendo inevitavelmente pra todos os cantos
e o respirar é um tragar de si mesmo

Penso estar perdido,mas apenas vejo
que no fundo tudo que sou
é o próprio espaço que habito

E meu mundo agora gira solto
correndo aos passos do que reflito

segunda-feira, 8 de março de 2010

Desceu o homem,do alto de seu ego
e agora viu que na verdade subira,mais um degrau em sua vida.

Da delicadeza dos traços
A dureza dos atos
Fez-se a mulher forte
Até quando se é frágil

De coadjuvante nada tem
Se sem ela todas as coisas
Nunca teriam seu papel principal

Se a vida é feminina até no nome
Só de coisas masculinas
Não seriamos homens

Não vejo feições nem curvas
Mas ser mulher por si só
Ja é um estado de beleza

domingo, 7 de março de 2010

América Latina

América
Derrubadas tantas as suas matas
Ficam de pé suas velhas feridas

Em cima da fé foi construida
Mas todos teus santos rezam por ti?

Por sobre os escombros das velhas ruinas
Repousa um passado que sempre vem a tona
Pois se os tiros que colonizaram nossos pais
Ainda matam hoje nossos filhos

América
Pobreza maior que os seus barracos
É a do espirito dos que te governam
Grito maior de independência
Seria calar a fome dos que esperam
não apenas mais uma esmola

América...
Pior que o ouro roubado
Foi ver teu sangue derramado

segunda-feira, 1 de março de 2010

teu jeito leve
me faz flutuar
onde nem voa o vento

o tempo breve
me faz lembrar
de esquecer de todo tempo

a vida segue
so pra mostrar
que sempre há outro momento

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Habita em meu corpo
um sentimento que nunca morre
nem tão pouco se esquece

Assim como o próprio homem
nasce,cresce e amadurece

so as vezes se perde...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

F(L)ama


Olá,hoje dei bom dia
Mas nunca recebo um bom
Eu olho antes de atravessar
Mas todos olhares passam por cima de mim
Não quero nada nem colo algum
Apenas um chão pra chamar de meu
Apenas algo que não seja seu
Meu futuro é ditado em cenas que nunca vivi
Quem sabe quando morrer
Descubra que nunca existi
Do meu passado nada importa
Se apenas um erro derrubou todo meu castelo
Ou apenas eu que sei que tudo não é belo?
E o meu presente,prefiro nem abrir
A sua lente ja não é indiscreta
A minha vida ja não é mais secreta
E mesmo que eu feche,a porta sempre está aberta

Veja se não estou nas bancas
Meu sorriso falso vale qualquer tostão
E se eu minto ou falo a verdade,tanto faz
Não importa o que eu digo,eles apenas querem mais
Eles sempre querem mais
Vender a minha paz

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


Teus olhos áridos apenas choram
porque meu rio corre em você

eu chovo na tua seca
eu nevo pra esfriar sua cabeça
te toco,em duras pedras de granizo

uma nascente perene
a brotar do fundo do teu peito...

Seca


A terra
guarda sementes e pés plantados
a espera da chuva
a espera de um sonho

Guarda o sustento
no tormento da espera
ou na esperança de não ter mais tormentos
A brotar seu futuro
num chão passado à seus pés

e a terra seca tem sede
não apenas da chuva
mas de toda vontade do homem

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Seu amor é volátil
Se evapora em qualquer beijo
Qualquer troco gastado
Qualquer mero desejo

Se o amar,te é tão impossível
É que ao simples tocar do teu corpo
Qualquer sentimento é perecível

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Ao sopro das primeiras horas
Meu tempo passa na pressa do vento
E quando me vejo é apenas um resquício de mim mesmo

Voam palavras,frases,pensamentos...
Todo meu corpo evapora aos seus olhos
Todo meu gosto se desfaz nos seus beijos
Toda minha vida dura apenas instantes
que se esqueceram de largar da eternidade

Mas se eu,viajante perdido
Esqueço meu caminho de volta
Não vacilante por outros eu sigo
Refazendo os caminhos da minha história

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Mas se é o fim dos tempos
Me diz quando começou
Em que momento esse relógio
Foi empurrar nossa vida
Fazer nascer e morrer
A infinidade ainda não assistida
Quem fez correr o ponteiro
Que adiantou nosso passo
Onde o tempo sempre anda
Mas o mundo ainda se atrasa


O tempo não para
Nem nunca se apressa
So passa melhor pra quem se interessa
A vida que passa,apenas anda
Correr demais não adianta...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010


Ao nascer de uma estrela
Fez cantar todo universo
O brilho de sua grandeza

Ao virar buraco negro
Quis o cosmo ser um vácuo
Para que ninguém ouvisse
o choro de sua tristeza

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Não quero minha vida,vivida à conta-gotas

os 5 elementos


Fui água,
quando quis molhar o teu corpo

Fui ar,
quando quis respirar outros cheiros

Fui terra,
quando quis pisar em chão firme

Fui fogo,
quando quis queimar seu desejo

Fui amor,
quando você me gastou
e ainda me dei por inteiro

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010


Sou tua sombra perdida
recaida nas ruas
ao guardar da solidão

Sou desprezo que guardou da vida
Sou teu medo escrustado
Jogada na noite
Perdida nos sonhos
Apenas amada pelos miseráveis

Sou teu espelho condenado a escuridão
Sou madrugada que nunca dorme
E quando acordo recebo meu único bem:
a morte

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010


Eu vivo a guerra diária
Que não foi declarada
Que ninguém nunca vence
Onde o medo é a ordem
E a lei não convence

Eu vejo o vento gritar de fome
Quando ecoa no estômago vazio
Quando a noite enfim nos cobre
Eu sinto a rua tremer de frio


Eu lavo minhas mãos
No sangue dos inocentes
Que no correr da nossa história
Foi derramado de nossa gente
A morte,ja ganhou ao nascer
A vida,és eterna procura...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Das coisas


Me levo ao risco do pensamento
entre o salto que dou sem destino
sem ter medo de chegar
onde nem sabe-se onde

Margeio a loucura
habito nos sonhos
minha realidade ainda não vivida
Sair do meu porto seguro
Ter medo apenas de ficar ileso
Desafiar o consolo que me dão
E não crer que é assim mesmo

Do que plantei no jardim
Não sei o sabor da fruta
Mas arrisco-me a sorte
De ver se a beleza da flor
Foi o amargo sabor da vida
Ou o doce gosto da morte

...

A vida apenas é risco
escrito no papel do universo
A vida é apenas um risco
que Deus esqueceu entre seus versos

domingo, 31 de janeiro de 2010

Eu respiro teu ar radiotivo
que adoece meu peito
e brota um câncer
do seu amor destrutivo
em meu coração...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Não muito distante

La onde vou...
Onde perde os sentidos
Onde chora-se o pranto
Onde abrem-se os risos
Onde o ar nos sufoca
Onde a sombra se esconde
Onde a mão que nos toca
ja não sabe-se onde

Onde a dor que nos fere
ja não deixa mais marcas
Onde toda certeza
ja não é mais exata
Onde aquilo que cura
também é o que mata
Onde a luz que revela
é a mesma que apaga
Onde o tempo que passa
ja não tem mais idade
Onde o amor que se foi
hoje é apenas saudade
Onde quem mais nos vê
é o olho da rua
Onde o frio de doer
é também o que sua

Onde a guerra não mata
mas a paz nos engana
Onde quem eu amei
não esta mais na cama
Onde a glória dos dias
não foi so nas vitórias
Onde quem nos governa
é apenas escória

Onde nunca se acha
e nem acha-se onde
É apenas a vida
a vida dos homens...

fui fazendo isso como se fosse uma musica,quanto tocar melhor quem sabe eu ponha o som que imaginei em cima dela.Tava tentando dormir e um monte de versos me pertubavam,não sei se ficou bom,mas pelo menos botei pra fora

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Meus heróis não lutaram na guerra
Meus mestres não foram pra faculdade
Meus poetas vieram da rua
Minha arte nasceu da vontade
O meu tempo começou com o sol
Minha água desceu com a chuva
O meu chão foi pisado na terra
Meu amor,foi criado na lua

domingo, 17 de janeiro de 2010

Saciação

Mesmo depois de tanta chuva
há uma gota qualquer de sangue
há um grito qualquer de dor
há um seca que nos consome
há uma boca querendo amor

Mesmo com a mesa farta
há um gosto que ainda falta
há uma sede que nunca acaba
há uma fome que ainda mata

Apesar de todos os dias
há um tempo que sempre nos falta
há momentos que não se repetem
há uma hora que nunca nos chega
há memórias que nunca se esquecem

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Torci a roupa lavada
até não cair mais gota

Amei,até lhe sulgar
o ultimo beijo na boca

(ia fazer mais coisa em cima disso,mas não consegui e deixei assim mesmo,pelo menos rimou...)

Notas de um Brasil


Eu fui deixado às margens plácidas
E a patria amada não me amou
Busquei penhor dessa igualdade
Mas de igual,so era dor

Plantei nas terras teu sustento
Forjei teu rumo em braços fortes
Do meu dever,dei minha vida
Mas de direito,so tive a morte

Em berço esplendido não nasci
Mas me adotou a mãe gentil
Fui condenado a patria livre
A morrer pelo Brasil


Apenas uma ilustração do que imaginei poder ser a vida de muitos nesse pais,condenados a desesperança

sábado, 9 de janeiro de 2010

Jogaram minha vida pra fora dos sonhos

Meu nado num aquário
Meu amor numa esquina
Meu vôo numa gaiola
Meu tempo no esquecimento
Meu universo enclausurado no mundo...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Teus olhos
janelas abertas que entro e me aventuro

Ao convite de um piscar,
me jogo no intimo seu

Viajo nos ventos que sopram
dos teus pensamentos

E saio perdido,
pois ainda não aprendi a me perder

quando fora de ti