terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Não quero muito da vida,apenas a certeza do inesperado.
talvez
quando nem horas nem minutos
guiarem nosso tempo
seremos eternos na vida

(ou teremos tempo de sobra nela)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Um espelho fosco
Permeia meus olhos

Num refletir abstrato
vejo minha alma reluzir
no interior do meu corpo

mas cego levanto
e so vejo luz

foi minha vista disfeita
no clarear dos meus sonhos
Teu corpo é verso livre,que meus dedos (r)ecitam.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Não seja tão educado,a vida não pede licença.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O bem que não quero

Sabe aquelas horas que você quer ver algo desconsertado, alguma coisa que mecha com o habitual,tire do mesmo toda hora? E mesmo que você ate esteja numa boa, mas deseja não ficar numa boa, tropeçar em alguma coisa,tomar um susto,desafiar-se. Quando cansa de dizer (e ouvir) que ta tudo bem,torcendo pra acontecer algo não habitual, as vezes pra mexer com os outros,pra ver o susto na cara de alguém,ter alguma emoção na vida.
As vezes canso de perguntar no orkuts e msn`s da vida como vai a pessoal,e so ouvir "tudo bem". ,ninguém nunca fica mal é?Torço pra ouvir de alguém "não,não to bem. Pelo amor de Deus,vem ca me ajudar antes que me jogue do prédio".E eu iria mesmo. Eu desejo que alguém fique mal?não,jamais,ta doido...não desejo mal à ninguém,nem pro ACM(no caso dele,apenas queria justiça,ainda em vida).
-Tudo bem?
-Tudo bem
...
E é isso,tudo ta bem.Mas será?Será que to mesmo bem,quando falo que to bem?Certa amiga me disse que acha difícil alguém estar bem com tudo. Concordo. Precisamos daquele "ainda falta algo", pra que tenhamos ânimo pra mais alguma coisa na vida. E o "bem",as vezes enche o saco,pois acaba virando uma sucessão de mesmisses, onde não aparece algo pra mexer com agente. Um "algo" mesmo que seja algo não muito bom,algo que tenhamos que quebrar a cabeça, cortar a mão, se sujar. Talvez seja realmente necessário agente não poder chegar ao fim das coisas, ter algo inquietando agente por mais, e quebrar a cara mesmo pra dar alguma emoção na vida.
E o "tudo bem" que respondemos direto e ouvimos dos outros, talvez seja nossa relutância em falar do que realmente sentimos,do que passamos,seja por não confiar em quem irá nos ouvir, por ser algo íntimo,só nosso,por não querer ser julgado, não ser chamado de besta so porque tem medo de algumas besteiras...achar alguém que nos entenda, ou pelo menos nos aceite.A mesma amiga que citei acima me disse também, que conhecemos melhor os outros quando permitimos que nos conheçam também. Acho que é por aí,já é um caminho
Mas queira estar bem,fique bem,so não se acomode com um suposto bem estar. Abra mão de certos confortos,ande descalço pra engrossar um pouco a sola do pé, sei lá...E ponha pra fora também suas agonias,não guarde demais ou você explode.Se dê pro mundo, pra ele se dar pra você. Agente pode ficar tão pesado que nem agente se aguenta

Maresia

Mar. Bate no rosto outro vento salgado
Ainda molhado dos beijos de ontem
No mar,ainda nadam memórias
Dos corpos banhados de tempos atrás
Num fim de tarde anunciado pelo sol poente
Eu revisito cenários guardados
Num cais qualquer da minha mente

E na calçada todos que passam
São figurantes do nosso cenário
Mas hoje a saudade que chega
Vem nas ondas de uma maré cheia
Apenas pra colher do meu rosto
As lágrimas derramadas na areia

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Há os que morrem sempre pra viver mais .Há os que vivem num caixão,e morrem sem nunca ter vivido

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Me despi dos meus medos,dos meus defeitos,das minhas incertezas
Eu não fiquei nu,eu estava era doido mesmo...
Contei dias
Vivi anos
Mas num segundo tudo mudou
Eu quis ter tanto tempo
Ma apenas um momento me bastou

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Canção
Suaviza meu choro
Me relembra de novo
O bom tempo que antes
Eu não sentia dor
Que eu andava contente
E via minha gente
Que parava na janela
Esperando meu amor

domingo, 6 de dezembro de 2009

Me afundei no seu peito
Enzaizei no teu colo
Enfloresci com teu beijo
Frutifiquei em teus olhos

2ºversão

Me afundei no teu colo
Enraizei no teu peito
Enfloresci nos teus olhos
Frutifiquei em teus beijos

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

As vezes eu calo meu canto,pra ver se o silêncio diz mais

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

maldita memória...seu grande pecado foi se lembrar das coisas,saber o que aconteceu,medir a situação.De repente era cercado pelo que os outros supunham,pelo que julgavam, que faziam do fato incerto a sua verdade dita.Mas ele lembrava,só ele lembrava.Pra todos tudo passou despercebido,eram os "normais" que faziam do seu direito de ser imperfeitos.Ele também não era perfeito,mas apenas se lembrava. Concluía do todo,não de pequenos pedaços,queria apanhar as coisas por completo,não apenas alguns traços.Mas ninguém via o seu total,só beiravam a margem do superficial.Loucos,eram loucos...mas não tinham culpa,eles pensavam que sabiam.Não era prepotência dele,e nem ele queria.Apenas lembrava,apenas sabia.

PS: acontece as vezes,drama particular.Estado de humor:me deixe em paz

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Esqueci meus anos,pois ja não tinha mais tempo
Eu desfiz minhas malas,não iria mais pra canto nenhum
Era eu,todo momento
Era meu,todo lugar

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Fui achar meus valores no lixo dos homens

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Meu girasol desnorteado esmurecia com a luz do dia
Posto que o sol acalorado ja não mais lhe supria
Foi encontrar o seu caminho, a seguir por outras cores
Deixou o claro pelo escuro,trocou o dia pelas noites
Hoje não gira mas pro sol,pois com esse so se amua
Foi sua flor achar consolo,no clarear doce da lua

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Não quis só ver o mar de rosas
Eu fui nadar entre os espinhos
E entre veias abertas e pulsos cortados
Fui tingir com meu sangue a beleza dessas águas

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cortei meus pulsos
E num suicídio pra vida
Derramei meu sangue
Pra escorrer nas veias de outro mundo
Desenclausuro minha agonia
E liberto meus medos pra acabarem com o mundo
Façam sua farra,revirem os corações nervosos
Alegrem o olhar dos tolos
Consolem a dor dos solitários
Viajo pra algum horizonte qualquer
Onde nem sol chega a se por
Pra quê dizer velhas desculpas?
Ja sei todo o relicário de falsas belezas
Solúveis na mera vaidade humana
Eu me disfarço em beijos
E finjo ser amor,apenas pra salvar mais um de desgosto
Eu grito,mas ouvidos ja não nos percebem
Eu vejo,mas velhas barreiras ainda nos transpoem
Percebo,e contudo ainda nego o que sinto
Apenas verdades já não me bastam pra descer pra vida
Procuro um transtorno qualquer
E acho mais outro espelho...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Vou voltar
praquilo que me fez
praquele instante passageiro
ou pra vida inteira
vou estar sempre naquela hora
que não tem mais ninguém
que tudo se vai...
vou surgir de um poço
e jogar nele a vida inteira
vou voltar,porque nada se passou
tudo ainda guarda,aquele tempo de alguém
nada bom se passa,e simplesmente passa
vou voltar
pra minha casa,pras minhas vidas,pras minhas terras
pros meus amores,pro meu destino
pras minhas dúvidas e certezas
vou voltar,na ilusão de que ja tive e possui
quando nada me deixou,so deu um tempo de min
vou voltar,porque la deixei um pedaço
e so vivo por inteiro



terça-feira, 15 de setembro de 2009

Os poros da noite transpiram em segredo,o que meus medos e anseios guardam.A noite escura me clareia,e o dia nasce no raiar da lua,embebida de choros e velas,iluminada nas brechas dos olhos...
Dos que fazem da penumbra seu consolo diário.Dos que fazem na calada da noite,seu canto de vida
Talvez tudo nasceu no escuro,e tudo um dia irá pra lá.
Finalmente,acordo...



segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Quero ser além de eu mesmo,um desdobro além do possível
Quero ser conteudo e contorno,daquilo que faço e digo
Uma vontade desgovernada,praquilo que me convem
Quero ser fim,início e o todo,ou algo mais além
Quero a premissa roubada da vida
Quero a verdade,antes de ser instituida
Quero a loucura sem nenhum desespero
Apenas ganhar e perder o que mereço
Quero a liberdade muito além da vontade
Quero que os anos passem,mas não passe minha idade
Quero o desprezo dos justos se a justiça for essa
De negar o que se ama e afagar quem não presta



sábado, 5 de setembro de 2009


No fim da tarde debruça no mar
O corpo do astro cansado
Passou o dia todo a brilhar
Irá agora por outro lado
Descendo ao mar ele some
Tingindo o céu de outras cores
Vai consolar esse homem
Pra dissipar suas dores

Conjugação


Eu e você
1º e 2º pessoa
de um singular sujeito
do plural de nós dois

Minha palavra não é muda,mas muda

Meu grito não se cala,mas cala

Meu sentimento quando ama,derrama

Em algum peito vazio,e vaza

Parafrase

Parafraseando
Paro a frase,e ando
Para a frase,amo
Ando para a frase
E parafraseando

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Quem sabe eu negue de toda maneira
O que não fiz cedo e disse mais tarde
Quem sabe eu fuja buscando um caminho
Fazendo mentiras virarem verdades
Criando certezas de coisas nem feitas
Moldando meu rumo nas brechas da vida
Quem sabe eu prossiga ditando as leis
Nas falsas verdades absolvidas

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Pedi um sopro de vida,praquele velho vagabundo
E ele me questiona,"Que tenho eu nesse mundo?
Das roupas só o farrapo,nos bolsos nem um tostão
Do bom que ainda me sobra,so resta meu coração"
Eu lhe respondi dizendo,qual era o meu motivo
Parece até piada,mas serio aqui eu lhe digo!
Das coisas eu tive todas,riquezas que nunca viu
De todas eu as usei,mas nenhum me serviu
Cansado eu mandei elas,praquela que lhe pariu!
E logo ele me pergunta,sem medo de vacilar
"Então que tanto procuras,que parece não achar?
E faça que eu entenda,que posso eu lhe dar?
-Dinheiro muito gastei,mas isso não me bastou
Mas logo vi em você,a atenção me chamou
Me falta algo que tens,me ensina o que é amor






Minha engenharia


Minha medida não é linear
Nem se ajusta em qualquer equação
Minha engrenagem se move
Na confusão de todos os ritmos
A precisão dos meus fatos se assenta
No desequilibro uniforme da vida

domingo, 30 de agosto de 2009

So teu ouvido entende coisas que digo
Nessas más línguas que falamos nos dois
So o teu passo que anda comigo
Seja no ontem,agora ou depois
So tua loucura não é desespero
Quando me acho num tom disperso
Seja num simples devaneio
Ou no mais longo regresso
Noutros lugares que tão distantes
Esquecemos de voltar...
Se te perderes,olhe meu mapa
Me desenhei nas estradas
E se chegar onde nem fui,mesmo assim
Encontrará lá,um pedaço de min
E se eu piso em falso,não caio no chão
Te coloquei la no alto pra não derrubar
E segurando nos astros eu pego em tua mão
Minha cara amiga,eu não paguei por você
Mas sai muito caro te perder

Escrito pra uma amiga minha,a quem muito prezo.Quem é,sabe...
Hoje procuro em ponteiros quebrados
As horas perdidas de ontem
De um relógio atrasado
Que nunca adianta minha vida
Mas não adianta de nada
Esperar nas horas passadas
O futuro de nossa vida

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O talvez

Talvez espere do céu,o que na terra caiu
Talvez vivamos querendo,o que na verdade temos
E andemos cegos,a dar mais voltas que o mundo
Talvez estejamos certos,ou talvez mais errados ainda
Talvez certeza se escreva,com uma língua que nem falamos
Talvez fiquemos aqui,imaginado em que mundo estamos
Nos esquecendo da vida,que nos espera de algum canto
Talvez é a certeza,que mais temos na vida
Talvez pode ser melhor,mas talvez não decidi nada
Talvez sim,talvez não,talvez seja
Talvez sejam os acasos da irrelevância
Mais precisos que os fatos da própria certeza


sábado, 22 de agosto de 2009

Poeminha...

Ainda hoje guardo nos lábios
Aquele teu beijo perdido
Não se achando em outros casos
Veio ele,se encontrar comigo

Maré profunda

O mar revolto minha tristeza balança
Desalinhando entre ondas meus sentimentos
Me molham a alma que descoberta
Se desfaz nas espumas das marés
E quando perdido fico na imensidão azul
Eu me pergunto se do céu ou do mar
A cor celeste que me envolve
E meus desejos naufragam porque não sabem nadar
No tapete fluido que cobre a terra
Não sei nutrir ainda meu ser,do sal sagrado que se diluiu
Em cada gota que desse mar,chorou o céu
Mas me aventuro no chão molhado...
E não serão as as nuvens meu teto,são mero disfarce
Que da mesma água do mar se juntou
Vapor barato do meu medo,que derramei descrente
E hoje o mar me devolve,me redimindo
No molhar doce da chuva
Vem,que foi o meu barco
Pra levar pra bem longe
Meus anseios secretos
E joga-los no mar,onde cantam sereias
Vem cantar no meu porto
Desmanchar nas areias
Os meus versos desnudos
Vem cantar minha alma
Afogar o meu mundo
Vem,que outro barco se vai
Marolando nas nuvens,afundando do céu
Vem banhar o meu peito,afundando em teu gosto
Vai banhando meus lábios no sabor do teu mel

quinta-feira, 30 de julho de 2009

"O amor é quando a gente mora um no outro."
Mario Quintana

Difícil é ficar longe de nossa casa...
Talvez mais difícil que não se conseguir o que ainda não se tem,é ter que deixar o que tanto se gosta
Olhei por fundo poço,me vi lá embaixo. Fiquei na duvida se era só reflexo na água,ou se era eu mesmo. De lá de cima,eu sorria,mas lá embaixo minha figura parecia chorar.Eu me estendi a mão,e só eu estendi.Os demais se jogaram,ou ficaram só olhando.Outros por medo de cair,não esticaram muito o braço.Mas eu era muito pesado...e ate hoje espero alguém pra me ajudar,a carregar meu peso neste mundo

Uriálisson Matos Queiroz

domingo, 19 de julho de 2009

Meios amores

Hoje eu não quero ouvir,suas meias verdades
Os seus meios desejos,suas meias vontades
Meu amor não se preenche com tanto vazio
Suas metades não somam metade de nada
Eu não quero ouvir,suas meias palavras
Meio gosto que não,meio gosto de nada
Meia vida vivida,meio que sem vida
Meia hora passada,minha vida se foi
Nos seus meios de vida,no seu meio amor
Nesses meios prazeres,nessa meia prisão
Inteira de tristeza,minha consumição
Foi viver esses anos,me enchendo de meios
E esquecer que o amor,so se vive inteiro
E que os dois são metades,que pra serem um
So inteiros se doam,so inteiros são um

Uriálisson Matos Queiroz

terça-feira, 30 de junho de 2009

Teus lábios me deram a noticia
De mais um triste beijo
Desfalecido,perdido,sem gosto
Sem quero mais,sem desejo
Teus labios levaram-me pro teus olhos
Pra revelar o teu beijo
Olhando no fundo deles
Tanta angustia percebo
Pro lado olhas de novo
Teu rosto passeia no meu
Não olhas direto pra min
Não fala o que aconteceu
Não peço mais outra vez
O beijo que tu me deu
Meia noite pra min é pouco...
Eu quero ela inteira

Uriálisson Matos Queiroz

Composição

E me desaguo em tuas aguas
E me revolto em tuas voltas
E me afogo no seu mar
Vou me formando em tuas formas
Nos misturando em nossas aguas
Compostas nesse desaguar


segunda-feira, 29 de junho de 2009

Não quero mais contar estrelas
Sumiu do ceu a constelação
Que todo dia me iluminava
Que me indicava a direção

E eu perdido olho pro nada
Como se fosse surgir dali
O meu conjunto de estrelas belas
Brilharam tanto,não esqueci


E cai a noite,não ligo muito
A lua é bela,mas não seduz
Mesmo tão clara,não me engana
Não é tão propria a sua luz

Reflete ela a luz do sol
Outra estrela,rainha do dia
Sem minhas estrelas,não me conformo
Pois foi-se embora minha alegria

E eu pergunto la pro meu Deus
Cade os astros que pendurou?
Que tanto olhava e admirava
Que me mostravam o meu amor


E se o espaço as engoliu?
Perdidas andam na imensidão?
Cade o brilho dos meus enfeites?
Desenho lindo,constelação


Responde a lua enciumada
"São tão pequenos esses pontinhos
Que tu vê nelas,que tanto olhas?
Enxerga em min o teu caminho"


Mas o bom vento me respondeu
Que algo assim aconteceu
Não por acaso,não de repente
Algo de errado se assucedeu


Minhas estrelas se explodiram
E o brilho intenso se acabou
Buraco negro viraram elas
Levando embora o meu amor




Uriálisson Matos Queiroz

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sossego

Acordei.Tocava o som na maior altura .Levantei com a cabeça toda azuada,estourando.Não de dor de cabeça,mas meus sentidos pareciam aumentar e distorcer tudo.Queria silencio,ou ao menos um som que me deixasse ouvir minha cabeça.Aquela droga poluía tudo...fui fazer algo pra comer,algo que tinha sobrado do almoço,era esquentar.Ate a comida parecia cheia daquele som,o volume distorcia o sabor dos grãos de arroz.Não falava nada, respondia mecanicamente o que me perguntavam.Alguém fala uma brincadeirinha,dou um sorriso de leve e continuo comendo.
Queria paz,mas não uma paz de campos verdes imensos e céu azul limpo.Queria pegar a moto e acelerar ate o fim,meter numa pista sem nenhum quebra-mola,ou então passar de vez por todos,com a moto quase voando ao sair do chão.E sem capacete,sentir o vento bater na cara é bom demais,ouvir o ronco do motor e ver tudo passando como fosse lhe bater na cara.É perigoso.Andar sem capacete não é legal,mas hoje daria uma carona pro perigo,e quem teria medo não seria eu.
Tocou uma musica que prestasse.Queria agora tocar ela,com meus dedos soltando cada nota,como se escrevesse sem parar.Pegar um baixo e galopar meus dedos nas cordas grossas,ouvindo o som grave saindo sem parar,nota por nota sucessivamente,e sair com as pontas dos dedos esfoladas.Aquilo doí de tocar,meus dedos ainda tem de engrossar mais pra eu me acostumar.
Penso em sair de casa,ou então ficar fazendo qualquer coisa com meus amigos,que não ouvir aquela merda tocando.Mas não qualquer um,contava nos dedos quem merecia me acompanhar nas minhas horas de transtorno.Queria dar um abraço em cada um.Gosto de abraços,acho mais puro e intenso que as vezes dar aqueles dois beijinhos no rosto ou um aperto de mão mal apertado.Acho que por os dois peitos se encontrarem os corações parecem dialogar,trocar calor,ouvir o batimento um do outro.Trocam energia
Minha mente se arrumava melhor agora.Também,depois de uma noite sem dormir nada, ficamos com o fluxo das coisas meio alterado,e o sono de pouco minutos que tive não ajudou muito a me arrumar.A bagunça de minha mente ao acordar era a bagunça da noite anterior ainda,que não tinha sumido,ficou la guardada em algum canto do cérebro e saíra agora pra me avisar que precisava dar um tempo pro meu corpo.Gosto de me colocar em situações de exaustão,fazer meu corpo ser alem do que ele pode,mas com ele mesmo,e minha mente la mantendo o pique.Físico e mental se comunicam,saúde de um também é saúde de outro,infelizmente nos esquecemos disso e preferimos jogar fora os dois.Mas tenho que lembrar que não sou o homem de aço,e me desgasto como qualquer outro,tenho meus limites. os quero cada vez mais alem
Paro um pouco,decido descansar.O corpo teve sua vez hoje,deixo pra viver agora nos sonhos.
A musica não incomoda mais,no fundo era eu que não digeria o ambiente.Tudo agora poderia ir pra qualquer canto,pois estava no melhor lugar.Dentro de min,e dentro do mundo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Anoitecer

Ja é meia noite...mas quando a noite sera inteira?A minha voz cansada me manda repousar,meus olhos pesados insistem em se abaixar,como se meu corpo sucumbisse ao cair da noite.Mas ela não cai,se levanta.Desperta depois que o sol da seu adeus ate o outro dia.A noite é densa,sua escuridão não é vazia,nossos olhos é que não se acostumam, vêem o medo onde encontramos o desconhecido, e com o tempo vamos nos achando nela, sem mesmo ter nos perdido.Tudo esta la,nada sumiu,mas agora com apenumbra vejo coisas mais alem do que quando estava iluminado.Será no escuro nossa salvação?
Tudo esta la,nada se mudou ...mas precisamos da lua pra nos guiar,precisamos contar as estrelas pra passar nosso tempo,as contando infinitamente para não pararmos no nada.E ligando uma a uma vamos dançando no ceu,fazendo dos nossos passos constelação.
E sinto os cheiros tão vivos,o ar me sugando pra fora,querendo me espalhar por todo o espaço.Meu corpo insiste em lutar com a noite.Ela me derruba...e me dou-o a ela como quem se joga no mar,fazendo dos sonhos minhas marés,indo e vindo,levando e trazendo as memórias que nem aconteceram ainda.
Faz frio,mas a noite não poderia ser quente,nós é que temos que nos aquecer.Ela é fria pra que joguemos pra fora nosso calor,pra que ela nos consuma.Ela é escura pra que manchemos o seu escuro com nossos olhos,estrelas caídas do céu.Ela é escura pra que nos sejamos luz.
Adormeço,e me levam as águas escuras.Vou flutuando no mar,refletindo o ceu,refletido no ceu.E se acaso me bate em algo,foi apenas uma estrela perdida.
Adormeço...mas so fui ali,dar um passeio

Uriálisson Matos Queiroz

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Amores usados


Ah,se nossos amores usados,amores provados
Insistem se cruzar de novo
E ja não ligam em repetir os beijos,reacender desejos
E nossos amores confusos,se querem e se deixam
Por quantas estradas passemos,e tantas viajens fizemos
Sobrou ainda um gosto pra não esquecer
Ei,mas não se vá muito adiante,pois no final desse mesmo instante
Nos desfazemos pra depois juntar
Mas,como depois de ouvir ja tantos nãos
Nos insistimos em nos dar as mãos,e começar de novo outra vez
Sim,será o tempo senhor da razão,ou é apenas o grande vilão
Que precisamos pra nos acertar?
Mas nossos amores usados,velhos conhecidos
Que mesmo com o tempo se querem de novo
Insistem na tecla errada da vida
Ingnorando todas as razões
Não,naõ saberei qual foi dos nossos erros
Que retirou nos dois dos nossos peitos
So sei que é ruin me levantar tão so
Mas se tantas coisas nos levou a vida,porque então deixaremos querida
Levar alem nossos amores vãos

Uriálisson Matos Queiroz

domingo, 14 de junho de 2009

Você passou por min e descobriu o espelho
Que me empedia de enxergar
A beleza escondida,que não via na vida
Me despiu dos meus medos
Reverteu meus conceitos
Desalinhou meus gostos
Me escupiu no meio gelo,envolto de luz e calor
Que não derrete,porque ja me dissolvi
No calor eterno de seu corpo



segunda-feira, 8 de junho de 2009

Que meu destino me perdoe
Preferi não andar sobre os versos ja escritos
Dos poetas malditos
Quis correr meu proprio risco
Destilar meu veneno
Beber da minha própria morte
Correr ao risco da minha sorte
Que jão não é nem tanta
Mas do acaso não espero nada
So meras surpresas mal planejadas
Os velhos calos de minha mão
Não seguram mais o peso do mundo
Pois de tudo que resta,so me sobrou a vontade
De carregar meu proprio corpo
Ja pesado pelos anos,corroido pelo tempo
Mas ainda envolto com alguma alegria
Pois sofrer não é destino,apenas momento

Ainda me restam varios sopros de vida
Que soltarei aos poucos,de vez
E de longas estradas que surgirem
Não quero mapas,vou me guiando pelas estrelas
Que ainda não aprendi a ler,e talvez so traduza
Quando do ceu descer algum anjo
E me der um sonho chamado vida

Uriálisson Matos Queiroz

domingo, 7 de junho de 2009

Criação

Eu não teria que ceifar todos os bosques do mundo
O próprio vento se faz mão
Levando por todos os lados a semente que faz brotar o novo
Não teria que lapidar todas as rochas, fizeram as rugas do mundo por entre as montanhas
esculpiram vales,com rios nascendo do ventre da terra
Plantaram nossos frutos,caindo aos montes
Deitaram sobre a terra,um manto verde
Coberto de folhas,orvalhos e pedras

E no meio de tudo,vejo o homem
Que será no meio de toda terra?pedaço de carne vão...
Por todo mal faz,mas o bem ainda constroi
Não é senão,outra criatura deste
Que se esqueceu de que esta no meio,não acima dele
Que se esqueceu,que deste foi cria
E não criador do mundo
Que leva nos pés,a poeira do mundo
Sopra no ar, o vento das ondas
E o brilho dos olhos,foram algumas estrelas caídas do céu

E quando a terra treme,talvez seja
La no meio do peito,la no centro da terra
Um coração que insiste em não parar
E por bater forte demais
Derrubou com tudo,assim como derruba ao homem
Batendo no peito,o sentimento do mundo

Uriálisson Matos Queiroz

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O mal dentro do peito

Ô seu doutor,to vindo aqui lhe dizer
Que não to muito bem,to meio ruin das coisas
Ate com medo de morrer

Mas seu menino,que é que o senhor tem?
Se pela sua cara,lhe digo tão logo,que o senhor está bem.

Seu dotor,eu não tenho resposta
So sei que de min,a saude não gosta

Mas vamos com calma,vamos por partes
Me explique direito,qual é seu defeito
Que se ta mal feito,a medicina resolve

Então meu doutor,não sei direito dizer
É la no fundo do peito,dor doida sem jeito
Que de tanto doer, penso que não aguento e destino a morrer
E lhe digo tão logo,que exame ja fiz,tirei sangue e pressão
Mas ate hoje ninguem me disse,que faço com isso
Que remedio que tomo,pra me dar solução

É meu amigo,to vendo aqui,que não lhe vejo mal nenhum
Não acho problema,ferida escondida
Orgão ruin,ou problema algum
Vejo que seu mal,essa dor no peito
Não encontra jeito
Porque não é na carne,não é no fisico
Seu coração bate sem fundamento,sem ritmo
Porque a dor é la no sentimento,muito mais dentro
Que na medicina não há ferramenta
Não ha bisturi que corte,curativo que aguenta
Remédio que cure,tratamento que dure
E eu nisso não sou doutor,pois diploma posso ter
Mas desse mal eu tambem sofro
E ate hoje não pudi resolver

Uriálisson Matos Queiroz

domingo, 31 de maio de 2009

Sujo

A lama dos porcos não me incomoda
O podre dos homens é que fede mais

Uriálisson Matos Queiroz

Parte de min

Eu talvez não traduzi direito seus gestos
Seus olhares distantes,que de tão perto
Me deixavam com a mente tão presa
Eu vi que por todos os lados voce se espalhava
Me inundava,absorvia,se derramava em meus braços
Mas tudo foi tão denso,que não consegui lhe segurar
Voce escorreu entre meus dedos,se perdeu da minha vista
E eu,agora me perdi nesse mundo
Pois que tanto me doei,e hoje lhe perdi
Perdi tambem a min,me deixando pra tras
No meio de ti

Uriálisson Matos Queiroz

terça-feira, 19 de maio de 2009

...mas você faz o que mesmo?

Mesmo hoje,depois de um certo tempo que estou cursando engenharia florestal, ainda são comuns expressões de surpresa das pessoas quando falo o que faço. Ok,tudo bem,não é nenhum curso em que você veja muitas pessoas fazendo, ainda mais em grandes centros, como de onde eu sai,Salvador, mas quando falo,parece que faço algo de outro mundo.Tipo,comentários como "Não tinha nada melhor pra você fazer não?"(mesmo levando numa boa e rindo,dava vontade de xingar a pessoa toda),ou "Esse curso é novo ", ai la ia eu explicando que aqui na Bahia era novo sim,mas que em outros estados tem a mais tempo,que o curso ja tem quase 50 anos aqui no Brasil...ou então aquela clássica frase "Ah,legal", mas notando que a pessoa não sabia direito o que era e ficava tentando imaginar o que seria esse raio de profissão. Acho que pensavam que iria ficar direto numa mata, ou seria um daqueles defensores da natureza que abraçam árvores e fazem aquela linda campanha para proteger a natureza.
Talvez se fizesse algo como os tradicionais direito,medicina,administração,ondonto,ou alguma engenharia mais conhecida não visse tantas caras se surpresa e desinformação diante da escolha que fiz ao preencher o formulario do vestibular. Mas sabe de uma? Eu ate que gostava, dava aquela sensação de ser diferente e optar por algo que a maioria das pessoas não faz,se sentindo único, do contra...Lembro no cursinho,quando o professor perguntava sobre as profissões,"Quem vai fazer medicina" ai meio mundo de mãos se levantavam,"Quem vai fazer direito"outra boa parte também levantava, e depois muitas também pros demais cursos de saude, umas menos pro de administração, algumas poucas pras engenharias(das mais conhecidas, não da minha),um ou outro revoltado(sem querer ofender,eu gostava de encontrar pessoas que fossem fazer algum curso mais diferente do que a maioria) que fosse fazer letras,artes,musica e demais cursos que não são campeões de concorrência. Mas eu não tava nem ai, e creio que os outros tambem não, quando falávamos nossa opção, sai um ",massa!", que parecia que nos eramos mentes privilegiadas ou diferenciadas por escolher algo mais "exotico".
Mas outra pergunta era,e ainda é, "O que um engenheiro florestal tem de utilidade na minha vida?".Blz,ja entendi.É muito facil ver a utilidade de um medico,que salva vidas,cuida da saúde(oh,que nobre),profissional que certamente todos nos ja recorremos alguma vez.Ou então um advogado,conhecedor das leis, promotor da justiça(:P)...e assim vai pelas outras profissões,que mesmo a sociedade não tendo contato direto,sabe que tem alguma função pra alguem em algum canto. Jornalismo,nutrição,historia,quimica,engenharia eletrica,matematica...e cade minha utilidade pra sociedade?Onde esta a "nobreza da minha profissão"?Acho que to mais pra pebleu.
Bem,boa parte do que temos de natureza preservado, de meio ambiente ainda resistindo se deve a algum engenheiro florestal que de alguma maneira trabalhou pra isso. A maioria do papel que voce usa,desde escrever algum recado,fazer sua prova,escrever artigos e ate nas horas de aperto no banheiro,se deve a algum engenheiro florestal que lidou com a parte de fabricação de papel.Assim como a madeira de algum móvel,ponte,porta,ou o carvão pra fazer seu churrasco..algum jardim que você achou bonito ao passar na rua,aquelas árvores que voce acha bonito em meio a todo concreto das cidades,e assim vai por todas as coisas que possamos retirar da natureza,dos rios, da terra..tem algum colega meu la envolvido,em algum processo disso tudo
Não falo isso me envaidecendo, mas é so pra saberem que minha profissão tem sua importância na sociedade,muito mais do que imaginam.Mas se pra alguém isso tudo não tem muito valor,então que se dane a droga de sociedade,não presto tanto quanto ela.
Escolhi esse curso,não so por gostar de plantas, de cultiva-las,gostar da área de meio ambiente,ou muito menos pelo mercado de trabalho(que é ate bom por sinal).No fundo,acho que foi minha maneira de compreender o mundo e agir nele.De compreende-lo,estudando a natureza.
Bonito ne,que comovente...,mas todos tem sua beleza, somos todos algum parafuso que aperta algo no mundo, ou desregula tudo.
Mas podem dizer que vou ficar no meio do mato, que vou plantar árvores, defender a natureza,tentar salvar o mundo,conscientizar as pessoas...no fundo todas as profissões tem seu lirismo,seu idealismo,com a minha não é excessão.Faz parte da profissão

sábado, 2 de maio de 2009

Se falam por ai que bem não acordei
É que não sabem por onde andei
Com quem estava
Com quem falava
Em quem pensei

Eu passei a noite sozinho
Pensando na ausencia
Falando pros muros
Andando nas ruas
Dizendo pra elas,que não ta tudo bem
Que me sinto um coitado, vagabundo largado
Deixado a má sorte, sem mais nada no bolso
E que nem me sobrou,um amor de consolo

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Então...

Talvez se apresentar seja algo que fazemos logo no inicio de algo,assim que conhecemos,criamos,mas vou falar desse blog um pouco depois de te-lo criado,e de ter postado algumas coisas,meio que aquelas pessoas que conhecemos e vamos falando,falando...pra depois cair a ficha e dizer"Como é mesmo seu nome?" "Ah sim,o meu é ...", "e você é da onde?faz o que?"então..
É meio que uma tentativa de expor algo que me passa pela mente, que passa em determinados momentos,visões de mundo ou mundos, emoções súbitas e valores de toda a vida.Sem formato certo, linhas alinhadas, pontuações precisas ou rimas perfeitas,apenas uma necessidade de me mostrar(sim,uma pessoa coloca uma pagina na internet e não quer ser vista?colé,nem que for no subconsciente,mas quer),seja em poesia,prosa,frases soltas,palavras rápidas ou diálogos perdidos.
Colocar aqui o que se passa na minha mente, não é pensar profundamente, é também dizer o que sinto a flor da pele, cuspir algo ruim,vomitar algo estragado, dar um grito de dor, mas sem nunca ser falso. Ironias e sarcasmos fazem parte, apenas não me entendam mal, posso dizer coisas de formas diferentes.
Descobri que escrever faz muito bem, mexe com as engrenagens da minha mente, e mesmo que nem sempre saia algo "lindo,maravilhoso", de suar os neurónios fez bem. Produzir algo, não é ficar la esperando a deusa da inspiração tocar em nossa mentes e mandar as mais fabulosas ideias, é também trabalhar(sim,o maledito trabalho), fazer-refazer,criar-destruir,riscar-apagar ou rasurar e fazer tudo de novo,ate que saia algo aceitável. Tentar,tentar, tentar...mas claro que dando uma parada as vezes, pois todo mundo é de ferro,mas ferro oxida,enferruja e cai
Se quiserem dizer algo,fiquem a vontade, criticas e elogios ao seu dispor. Jogando pro mundo, e pegando de volta...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Algumas noites mal dormidas,são horas bem vividas
Madrugada adentro,a vida sai afora...





(escrito no auge da falta de sono...)

quinta-feira, 12 de março de 2009

Que jeito...

-E pra que isso? se todo mundo faz...tem jeito não
-Mas ai continua a mesma coisa sempre,nos mesmos reclamamos
-Ah, que nada,vou me estressar com isso nada
-Espere os outros mudarem, que você nunca vai ver nada.

Sai, entrei em meu quarto e fechei a porta, deixei lá os conformados se matarem na sua desilusão.
O homem tem mesmo que se lenhar, na moral...se coloca como refém das coisas, nunca como ser agente. Diminui seu tamanho só pelo tamanho do problema.”A culpa é do sistema”. Mudar o mundo pra mim é ao menos mudar algo a minha volta, na minha vida. Não sou herói de p... nenhuma, nem salvador de nada.Só não quero afundar na própria lama, e nem as coisas que fazem parte de min. Mas olho por lado e vejo que tudo tem alguma ligação comigo, ai não sei ao certo se as puxo ou empurro
O homem cria seu próprio inferno, e o alimenta com sua fraqueza. Depois reclama, vive dizendo que tudo ta uma droga, fica martelando nas mesmas coisas e acha que nada tem jeito, pois nem tenta de outro jeito. Procura as coisas no lugar errado
As vezes o óbvio é a melhor escolha, não tem porque querer contrariar tudo
Mas quebrar a cara é legal, quebre você a sua também. So não vire masoquista, tem gente que gosta de se lenhar e não sai disso

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Uriálisson Matos Queiroz

quarta-feira, 11 de março de 2009

Aula

Olhava o relógio mais uma vez, mas o tempo não passava depressa. Parecia andar mais devagar a medida que ele queria que passasse logo."Aula chata da porra, ainda tem mais uma hora e meia pela frente.” Olhava pro quadro tentando entender ou achar algo interessante, pra ver se encontrava mais disposição pra encarar a coisa. Nada. Olhou paras os seus colegas ao lado, ninguém parecia disposto a conversar e todos tinham uma cara de interessados, ou pelo menos fingiam bem. Decidiu sair da sala, era o que fazia quando as coisas não fluíam bem. Ia tomar um ar, uma água, ler algum mural pra ver se encontrava alguma informação interessante, que o ajudasse a passar o tempo entretido,mas nem isso, sabia que não tinha nada de novo e ficava lendo coisas que já tinha lido varias vezes.
Na verdade, era nessa pausa que ele conseguia ouvir melhor seus pensamentos, abafados pelas contas no quadro branco, as quais não conseguia entender direito. Não se preocupava muito com o assunto que deixava de aprender ali. “Depois eu leio no livro, peço ajuda a ágüem”. Era o que vinha fazendo já a alguns semestres, mas não estava dando muito resultado, e sabia disso. “Nesse semestre eu estudo”. E lembrava que essa frase já vinha se tornando repetitiva demais, parecendo acompanhar ele ate terminar o curso.
Mas não saia da sala só pela aula, na verdade era nessas saídas de sala que ele encontrava alguém pelos corredores e conversava, pessoas que ele não via direto e não pegavam mais nenhuma matéria com ele, e que por conta dos desencontros de horários pouco se viam. Eram nessas entrelinhas das aulas que realmente sentia a vida acadêmica. Encostava na janela e falava de qualquer coisa, lembrando de algum assunto desimportante, mas que lhe agradava mais do que as formulas do quadro. Sentia que aprendia ali mais do dentro da sala, realmente jogar conversa fora lhe acrescentava mais conhecimento do que muitas aulas que já tivera.
Demorava uns dez, quinze minutos ali fora, depois seu senso de responsabilidade atrasado o avisava que tinha que voltar pra aula, pra parecer que aprenderia alguma coisa e cumpriria seu dever acadêmico de freqüentar as aulas. Boa merda.
Adorava sair das aulas sem ter que dar satisfação, lembrava que na escola, quando era bem mais novo, tinha que avisar a professora o motivo de estar saindo:”Vou no banheiro” ou ”Vou beber água”. “Saco ter que dar satisfação de tudo,não vou fugir da escola não”, pensava.
Hoje chegava atrasado, saia duas, três vezes da mesma aula, e vez ou outra avisava(pra não tomar falta, é claro) que ia sair mais cedo, por causa de alguma coisa que tinha que resolver ou simplesmente por atender suas necessidades mentais e não ver nem um minuto a mais de aula.
Voltou pra sala. O professor passou um exercício,e por sorte ele não teria obrigação nenhuma de responder lá, mas ficou tentando, ate conseguiu uma parte, mas o resto parecia uma outra língua que ele não conseguia traduzir. Não gostava de fazer as coisas so pela metade, queria o todo, por completo. Ver uma coisa que ele não conseguia fazer mas que no fundo não era tão difícil, o deixava com uma sensação de impotência horrível, e que justamente a questão que ele não conseguia fazer, cairia na prova, comprovando a lei de Murphy.
Passado um tempo, deixado para a resolução do exercício mas que para ele serviu para ficar rabiscando a parte de cima da folha, o professor responde as questões no quadro. Ele copia mecanicamente, CTRL+C, CTRL+V, na esperança ou quem sabe ilusão, de chegar em casa, ler e entender. O professor termina a aula uns quinze minutos mais cedo,”graças a Deus” respira aliviado, e vê que alguém do seu lado diz algo parecido, não sendo ele o único doido pra sair dali.
Sentado do lado de fora do prédio, vê que ainda tem mais uma aula pela manhã, mais duas horas. Duas horas, esse era o tempo que lhe perseguia na maioria das coisas: duas horas de aula, duas horas pro almoço, duas horas pra descansar ate á próxima aula, duas horas pra chegar em Salvador de ônibus, duas horas pra algum curso ou evento, e haveria duas horas medindo alguma outra coisa. Não sabia se era bom, ruim ou necessário, mas o fato do dois aparecer tanto pra medir seu tempo parecia uma implicância . “Porque as coisas não duram 43 minutos, ou 1h e 25 minutos por exemplo? Se indagava, e depois ria, sabia que não teria um horário quebrado desse.
Foi pro prédio central comer alguma coisa, não tinha tomado café, já que acordara sem fome nenhuma. Tinha que parar de comer ate tarde, acordava de estomago cheio ainda, mas tinha que comer algo no intervalo, pois la pras 10h ia sentir fome e o estomago ia doer. A propósito, não tinha feito comida no dia anterior, não tinha nada na geladeira, e seu almoço seria inevitavelmente macarrão, que era o que dava tempo de fazer.
Sentado perto da janela, conversava com seus amigos, todos saindo de alguma aula ou indo pra uma, mas ele podia ficar ali mais um pouco, a professora geralmente atrasava.
“Nesse semestre eu estudo” pensou de novo.A professora já tinha entrado, mas cinco minutos ali fora não iam lhe fazer mal...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A noite não teria nada de surpreendente, já tinha pensado. Mas era o que queria
Chegou em casa de noite com o intuito de comer, tomar banho e dormir,e antes dessa ultima, ler ou escrever algo, quem sabe.
Preparou sua comida: arroz com ovo frito, que pode soar grosseiro a alguém que exigisse uma “refeição decente”, mas era a única coisa que dava pra fazer. Lavar a droga da louça era o mais chato. A comida tava boa, “comível”, já não morreria de fome
Deitado na cama, ouvia musicas de quando era adolescente, de quando não parava de ouvi-las. Som grunge, pesado e tosco, mas que tinha uma melodia e doçura que ele agrava.Gostava de combinar coisas possivelmente contrastantes, mas que se encaixavam bem.Nirvana ainda o agradava.

Parecia querer seus 15/16 anos de volta, reviver sua rebeldia juvenil mal-resolvida. Detestaria envelhecer e perder sua inquietação das coisas, sua capacidade de tentar alterar o que estivesse a sua volta. Era inquieto.Errava quem via aquele menino parado e achava que ali não fazia nada.Dentro de sua mente explodiam mundos, fazia revoluções, criava sua própria diversão.
Mas algo era melhor quando ele era mais jovem? Não sei, hoje pelo menos ele já sabia cozinhar

Deitado na cama com a calça ainda suada da viajem, realizava suas frustrações naquela noite. Seus amigos tinham saído pra ver-ouvir alguma festa tosca, que ele nem tava interessado em ir, não tava fim de programa de índio, ganhava mais ouvindo seus velhos rocks.
So que a menina que ele gostava não estava la agora,e nem podia falar com ele.Queria ficar deitado ao seu lado e conversar ate mais tarde. Era a lembrança mais doce naquele momento. Queria ate seus pais, mesmo que fosse pra reclamar com ele, sabendo que mais tarde iriam beija-lo e dizer que se orgulhavam dele. Ele também se orgulhava de seus pais.
Olhava pro teto esperando o mundo cair em sua cabeça, mas ninguém que ele queria ia bater na sua porta. Podia dormir daquele jeito, ainda de calça
e com as coisas espalhadas no canto de sua cama, mas decidiu que queria fazer algo de util naquela noite. Lavar suas roupas seria um começo
Dera agora pra escrever, já tinha uma justificativa pra ficar quieto e isolado em algum canto. Rasurava demais, e precisava melhorar sua letra, já fora melhor. Se presta ou não o que ele escreve, vai saber. Pelo menos ele já faz sua comida.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mensagem póstuma

Se me prenderam durante toda minha vida,não poderiam pelo menos me deixar fora dum caixão quando morto?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ponto de vista

Não é o mundo que esta de ponta-cabeça.Voce que dormiu com os morcegos!


Uriálisson Matos Queiroz